Governo lança AgroNordeste voltado para pequenos e médios produtores
O governo federal lançou hoje, 1º, um plano para impulsionar
o desenvolvimento rural na região Nordeste. Batizado de AgroNordeste, o
programa pode ser implementado ainda este ano ou até o fim do ano que vem em 12
territórios da região que contemplam os nove estados nordestinos mais o norte
de Minas Gerais. Ao todo, deve atender a uma população rural de 1,7 milhão de
pessoas.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, o AgroNordeste é voltado para pequenos e médios produtores que
já comercializam parte da produção, mas ainda encontram dificuldades para
expandir o negócio e gerar mais renda e emprego na região onde vivem. Entre os
objetivos do plano estão aumentar a cobertura da assistência técnica, ampliar o
acesso e diversificar mercados, além de promover e fortalecer a organização dos
produtores, garantir segurança hídrica e desenvolver produtos com qualidade e
valor agregado.
“Nós vamos poder com esse programa do AgroNordeste diminuir
as diferenças regionais que nós temos hoje entre a agricultura do Centro-Oeste,
do Sudeste, do Sul e do Norte do nosso país. O Nordeste que hoje produz muito
mais, e é incrível esse dado - o Nordeste hoje produz mais que o Sudeste e o
Centro-Oeste, em conjunto - vai produzir cada vez melhor, com tecnologia e com
apoio para o pequeno, que precisa de políticas públicas e elas virão”, afirmou
a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, durante a solenidade de lançamento
do programa no Palácio do Planalto.
O plano se junta a outras ações já executadas pelo
Ministério da Agricultura na região, como Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA), regularização fundiária, Selo Arte, promoção da irrigação, indicação
geográfica, equivalência de sistemas de inspeção de produtos de origem animal
(Sisbi) e combate a doenças e pragas (febre aftosa, peste suína e mosca das
frutas).
Parcerias
O AgroNordeste será desenvolvido em parceria com órgãos
vinculados à pasta e instituições como Confederação Nacional da Agricultura
(CNA), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Banco do
Nordeste (BNB) e o Banco do Brasil.
Segundo o presidente da CNA, João Martins, o plano supre uma
lacuna histórica para o Nordeste. Ele criticou programas de assistência social
e ressaltou a necessidade de desenvolver a região.
“Nos últimos 30 anos, não houve um programa consistente para
a região, com o objetivo de pelo menos melhorar a economia nordestina,
elevando-a da lastimável situação dos 13% do PIB brasileiro. Na região,
programas sociais como o Bolsa Família são fatores que vêm comprometendo a
dignidade nordestina, levando à submissão político-partidária. A mudança desse
cenário só se fará com políticas públicas diferenciadas.
Via Agência Brasil