Presidente fez o terceiro discurso em rede nacional sobre o
novo coronavírus em menos de 20 dias
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro pediu, em
pronunciamento em rede nacional de televisão e rádio exibido na noite desta
terça-feira, a reabertura do comércio e das escolas e o fim do
"confinamento em massa". As medidas têm sido utilizadas no combate ao
novo coronavírus, que já deixou 46 mortos no país.
— Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem
abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o
fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem
mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que
fechar escolas? — questionou Bolsonaro.
O presidente afirmou que o coronavírus "brevemente
passará" e afirmou que a vida "tem que continuar":
— O vírus chegou. Está sendo enfrentado por nós e brevemente
passará. Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O
sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade.
— Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40
anos de idade. Noventa por cento de nós não teremos qualquer manifestação caso
se contamine. Devemos sim é ter extrema preocupação em não transmitir o vírus
para os outros, em especial aos nossos queridos pais e avós.
Bolsonaro elogiou o ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, dizendo que ele está fazendo um "excelente trabalho de
esclarecimento e preparação do SUS". De acordo com o presidente, desde que
brasileiros foram resgatados da China, no início de fevereiro, surgiu um
"sinal amarelo", mas o governo se preparou desde então, com uma
estratégia "para salvar vidas e evitar o desemprego em massa".