Técnico Vadão quando técnico do Athletico (Foto: Gazeta do Povo) |
Oswaldo Alvarez, o Vadão, morreu aos 63 anos, vítima da
complicação de um câncer no fígado. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
foi informada pelos familiares do ex-técnico da seleção feminina na tarde de
hoje, 25. O comandante de Marta e companhia nas Copas do Mundo de 2015 e 2019
estava internado na UTI do Hospital Albert Einstein desde o último dia 18.
Não foram divulgados detalhes sobre velório e sepultamento,
mas as manifestações dos clubes começaram instantes depois de confirmada a
informação da morte de Vadão. Ponte Preta e Guarani, dois dos times mais
marcantes na carreira do treinador, se pronunciaram sobre o assunto.
O clube alvinegro publicou uma nota instantes depois de
confirmado o falecimento do treinador, que teve quatro passagens pela Ponte
(2001 a 2002, 2005, 2006 e 2014).
"É uma perda enorme, tanto para o mundo da bola quanto
para todos que conheceram o ser humano Vadão, uma pessoa muito querida e
dedicada. A Ponte Preta está entristecida e se solidariza com toda a família e
amigos. Vadão fará falta dentro dos campos e fora deles", lamentou
Sebastião Moreira Arcanjo, presidente da Ponte Preta.
Vadão descobriu o câncer no início de 2020 e já em estágio
avançado. O ex-treinador estava se tratando em Campinas, interior de São Paulo,
mas veio para a capital depois de complicações.
A família do treinador tratava a doença sob sigilo absoluto
e pediu a ajuda da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que respeitou o
desejo e deu suporte para Vadão desde o início do tratamento.
Apesar de encerrar o compromisso com o treinador em julho de
2019, a CBF prorrogou o plano de saúde de Vadão até dezembro. Após a descoberta
do câncer, a entidade máxima do futebol brasileiro sustentou o benefício para o
treinador e ainda viabilizou a estadia no hospital de uma grande rede da
capital paulista.
CARREIRA
Vadão começou a carreira de técnico no Mogi Mirim, onde foi
responsável por montar o famoso 'carrossel caipira' no início dos anos 90. Este
time, na época, usava um esquema tático parecido à seleção da Holanda, com
troca de posições entre os jogadores, que revolucionou o futebol mundial em
1974 na Copa da Alemanha. O Mogi contava ainda com bons jogadores como o trio
formado por Rivaldo, Leto e Válber, além do zagueiro Capone.
O técnico também comandou Guarani, XV de Piracicaba,
Athletico Paranaense, Corinthians, São Paulo, Ponte Preta, Bahia, Goiás, Sport,
entre outros.
No Athletico, fez história com o time de 1999, campeão da
Seletiva da Libertadores. Também trabalhou no clube em 2003 e em 2006-2007. Em
2003, ajudou na formação da dupla Jadson e Fernandinho, recém-promovidos das
categorias de base do clube.
O clube paranaense divulgou nota nessa segunda-feira
lamentando a morte do treinador e lembrando das conquistas — clique aqui para
ler.
Ele foi vice-campeão brasileiro da Série B do Campeonato
Brasileiro e vice do Paulista pelo Guarani. É tratado com idolatria também pela
arquirrival Ponte Preta, clube no qual dirigiu em quatro oportunidades.
Seu último trabalho foi na seleção brasileira feminina.
Deixou o comando em meados do ano passado após o Mundial da França. Em suas
duas passagens pela equipe nacional, Vadão conquistou duas Copas Américas (2014
e 2018), a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2015, dois Torneios
Internacionais, além de um quarto lugar nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.