Ação da Polícia Federal aconteceu na manhã desta
sexta-feira, 3
O ex-governador e atual senador José Serra (PSDB) foi
denunciado nessa sexta-feira (03) pela força tarefa da Lava Jato em São Paulo
por lavagem de dinheiro. O tucano teria solicitado, no fim de 2006, propina de
R$ 4,5 milhões para a Odebrecht, indicando que gostaria de receber o montante
no exterior, por meio de uma empresa offshore.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o
empresário José Amaro Pinto Ramos seria o responsável pela offshore. Ramos
seria amigo de Serra há anos. O tucano apareceria como “vizinho” nas planilhas
da empreiteira por morar próximo a Pedro Novis, um dos principais nomes da
companhia.
A Lava Jato diz que a Odebrecht atendeu ao pedido de Serra e
pagou, entre 2006 e 2007, mais de 1,5 milhão de euros à offshore de José Amaro.
O pagamento teria sido realizado em “numerosas transferências”. Boa parte desse
montante, cerca de 936 mil euros, chegaram a outra offshore, que era controlada
por Verônica Serra, filha do senador que também é denunciada pela força-tarefa.
“Tais pagamentos mostraram-se uma contrapartida ao
atendimento de interesses diversos da Odebrecht naquele período, atinentes a
diversas obras que a empreiteira realizava no Estado de São Paulo. E dentre
esses interesses atendidos, em específico, estava a repactuação do contrato n°
3584/2006, relativo às obras do Rodoanel Sul de São Paulo, de maneira a minorar
o impacto do decreto estadual nº 51.473, bem como o não oferecimento de
dificuldades no curso da execução da mesma obra”, apontam os procuradores.
Esses valores teriam sido destinados ao tucano em troca de
benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul, um complexo viário no Estado.
De acordo com os procuradores, a conta controlada por Ramos
seria apenas uma “primeira camada” para realizar a lavagem de dinheiro. As
outras “camadas” resultariam numa “sofisticada rede de offshores no exterior”
“Uma grande gama de pagamentos, feitos pela Odebrecht à
Circle [empresa offshore] em curto período e de modo fracionado, embora
estivessem vinculados nos sistemas de contabilidade da empreiteira a ‘vizinho’,
codinome de José Serra, e tivessem sido feitos por sua solicitação e em seu
favor, tiveram de fato, como destinatário imediato, a pessoa de José Amaro
Ramos. E neste diapasão, por envolverem valores de natureza espúria, relacionada
a crimes de corrupção (notadamente a passiva, na modalidade solicitar) e de
cartel, e por visarem a ocultá-la e a dissimulá-la, nada mais foram que atos de
lavagem de ativos”.
O MPF solicitou e foi autorizado pela Justiça Federal a
bloquear cerca de R$ 40 milhões em uma conta na Suíça que estaria ligada ao
tucano.
Informações Yahoo Notícias