Secretário de Doria preso na Lavajato teria movimentado 7,3 milhões em imóvel e avião

Ex-deputado Alexandre Baldy e o governador João Doria (PSDB)

Na decisão que levou o secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy (Progressistas), à prisão na manhã de hoje, o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, apontou "inúmeras inconsistências" nas contas bancárias dele e da sua esposa, Luana Sant'Anna Braga.

Como exemplo de "movimentação suspeita", Bretas cita a compra pelo casal de uma casa em Brasília (no valor de R$ 7,6 milhões) e de um avião no ano de 2015. Com base em investigação do MPF (Ministério Público Federal), o juiz diz que a compra da aeronave teria acontecido por meio de "operações suspeitas de empréstimo". Sobre a aquisição do imóvel, o magistrado afirma que a "integralidade do pagamento não consta na declaração de imposto de renda nem de Baldy nem de sua cônjuge".

Além disso, o magistrado aponta a possível ocultação de patrimônio do secretário. À Justiça Eleitoral, Baldy declarou bens que totalizariam aproximadamente R$ 4 milhões —valor incompatível com as suas aquisições.

Outras movimentações financeiras de Baldy também chamam a atenção, como a compra de R$ 1,183 milhão em moeda estrangeira entre julho e outubro de 2017.

Diante da prisão e das suspeitas levantadas, Alexandre Baldy pediu licença do cargo por 30 dias a partir de amanhã (7). Nesse período, ele pretende se dedicar à própria defesa.

A decisão também aponta que há suspeitas envolvendo a família do secretário. Luana, sua esposa, é filha de Marcelo Limirio Gonçalvez, que já foi dono da fábrica de medicamentos Neo Química. Em seu despacho, Bretas cita suspeita de "dissimulação de capital de origem ilícita". "Na medida em que esses familiares movimentaram altas quantias em dinheiro, nos anos de 2012 a 2017, sem motivação aparente."

Ele é investigado por receber ao menos R$ 1,4 milhão em "vantagens indevidas" por meio de caixa dois, em 2014, e envolvimento em fraude em licitação na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em 2017, segundo o MPF.

As suspeitas recaem sobre supostos atos anteriores à sua gestão como secretário do governo João Doria (PSDB) em São Paulo e não possuem ligação com sua atuação como secretário.
De acordo com a Procuradoria, Baldy atuou no interesse da organização social Pró-Saúde, "recebendo, em contrapartida, valores indevidos" em Goiás.

Baldy foi deputado federal por Goiás e ministro das Cidades do governo Michel Temer (MDB). Entre 2011 e 2013, foi secretário da Indústria e Comércio de Goiás no governo de Marconi Perillo.
"Os elementos acostados pelo MPF indicam que, possivelmente, Alexandre Baldy utilizou de seus cargos no governo de Goiás e no governo federal, para solicitar vantagens", escreveu Bretas.

Via Uol

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