O primeiro alvo da Comissão Especial de Investigação (CEI) que analisará o cumprimento da ordem de vacinação contra a Covid-19 no Paraná será Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde há denúncias de pessoas que teriam se vacinado fora dos critérios prioritários.
A reunião será às 10 horas com a prefeita Karime Fayad, que
encaminhou à Promotoria de Justiça relatório apontando nomes que supostamente
teriam furado a fila. Também participará o Secretário de Saúde do município,
Rafaele Corradi.
Formalizada nesta quarta-feira (28), na Assembleia
Legislativa (Alep), a CEI será presidida pelo deputado Delegado Francischini,
idealizador da Comissão. Líder do governo na Alep, o deputado Hussein Bakri
será o relator.
“O objetivo é colher informações que possam ser analisadas e
comparadas com práticas que possam estar ocorrendo em outros municípios. O
importante é corrigir desvios na imunização em um momento em que a vacina se
confirma como o melhor caminho para sairmos dessa crise sem precedentes, que
atinge os mais diversos setores da sociedade”, explicou Francischini.
Formação – Além do Delegado Francischini (PSL) e Hussein
Bakri (PSD), são titulares da comissão os deputados Tiago Amaral (PSB), Michele
Caputo (PSDB), Arilson Chiorato (PT), Nelson Justos (DEM) e Delegado Jacovós
(PL). Os suplentes são Emerson Bacil (PSL), Artagão Junior (PSB), Paulo Litro
(PSDB), Tadeu Veneri (PT), Anibelli Neto (MDB) e Galo (PODE).
Também presidente da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), Francischini pautou a criação da CEI em informações do Tribunal de
Contas (TCE-PR) e da Controladoria Geral do União (CGU) a respeito de várias
denúncias de pessoas e políticos que furaram a fila de vacinação.
“É inaceitável que a sociedade esteja em casa, vários
negócios estejam fechando e em crise e que poderosos usem o seu poder político
e econômico para furar a fila que tanto temos de respeitar nesse momento”,
reforçou o parlamentar.
Com base na Lei de Acesso à Informação, o deputado pediu a
lista de todos os vacinados no Paraná. Pelo menos 18 municípios do estado
estariam sendo investigados. Todos foram notificados, para que prestem
explicações para o Tribunal de Contas do Estado do Paraná.
O TCE cruzou as informações que tinha com dados da
Controladoria Geral da União (CGU) e constatou possíveis casos de
“multivacinados“, ou seja, pessoas que, na teoria, tomaram diversas doses da
vacina. A investigação apurou que 70% dos casos se concentram em quatro
municípios, todos de pequeno porte.