CPI do Circo: Omar Aziz manda prender Roberto Dias durante depoimento

Senador Omar Aziz na sessão da CPI da Covid nesta quarta-feira. Foto: Edilson Rodrigues (Agência Senado). 


Áudios divulgados enquanto acontecia o depoimento contrariam tese que o ex-diretor apresentou para a comissão


O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), mandou prender o depoente da reunião desta quarta-feira, 7, o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, alegando que a testemunha mentiu à comissão.

 

"Chame a polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI", anunciou o parlamentar. A advogada de Roberto Dias protestou e classificou a ordem de prisão como "um absurdo". Pouco antes das 18 horas, Aziz reiterou o pedido e encerrou a sessão: "Ele está preso por mentir em perjúrio".


Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde 


Aziz tomou a decisão após a revelação de áudios, divulgados pela CNN Brasil, que contrariam a tese que Dias apresentou à comissão: a de que o encontro com o vendedor de vacinas e policial militar Luis Paulo Dominghetti aconteceu de forma acidental, tendo Dominghetti aparecido de surpresa - acompanhado pelo tenente-coronel Marcelo Blanco - em um restaurante em Brasília.

 

"Muito possivelmente ele sabia que eu estava neste restaurante por alguma mensagem ou telefonema", respondeu Ferreira Dias ao relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).

 

Hipócrita

 

Omar Aziz se coloca como o arauto da moralidade, mas é investigado por desvios de recursos para a área da saúde quando ele foi governador do Amazonas.

 

Aziz foi alvo de uma operação do Ministério Público Federal chamada “Maus Caminhos”. Ela  foi deflagrada em 2016 e houve uma série de desdobramentos. O objeto principal da investigação é o desvio de cerca de R$ 260 milhões de verbas públicas da saúde por meio de contratos milionários firmado com o governo do estado do Amazonas.

 

Omar Aziz é investigado porque, quando ele era governador, parte desses contratos foi firmada e um relatório parcial da Polícia Federal, o da Operação Vertex, um desdobramento da Maus Caminhos, cita seu nome 256 vezes em 257 páginas.

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