Alison ‘Piu’ em corrida histórica do 400 com barreiras ganha a medalha de bronze em Tóquio


Com o ótimo tempo de 46s72, Alison dos Santos conquistou hoje, no Estádio Olímpico de Tóquio, a medalha de bronze na prova de 400m com barreiras.

 

Esta é a primeira medalha do atletismo brasileiro nessa edição das Olimpíadas. Essa foi a prova mais forte da história da prova. O norueguês Karsten Warholm fez o tempo de 45s94 e bateu recorde mundial. O americano Rai Benjamin chegou em segundo com tempo de 46s17.

 

Toda medalha conquistada pelo Brasil nas Olimpíadas de Tóquio tem sua história, mas a conquistada hoje por Alison dos Santos, é a mais longa delas. Foi nos 400m com barreiras que, exatamente em um dia como hoje, 3 de agosto, o Brasil se classificava pela primeira vez fez uma final olímpica no atletismo, em Berlim, há 85 anos, com Sylvio de Magalhães Padilha. Foram oito décadas e meia esperando por um pódio, que finalmente veio, com um tempo a 2 centésimos do recorde mundial, que só valeu bronze.

 

O Brasil não tem grande tradição nas provas individuais de pista no atletismo, mas formou um dos maiores corredores da história, Joaquim Cruz, ouro em Los Angeles e prata em Seul nos 800m. Até hoje o atletismo se lembra das pernas longas, do correr clássico do brasileiro.

 

Ao correr metros 400 metros e saltar 10 barreiras em 46s72 no Estádio Olímpico de Tóquio, Alison dos Santos fez o Brasil se lembrar da emoção de torcer por um corredor que não tem medo de ninguém, não deve nada a ninguém. Na prova mais forte da história olímpica dos 400m com barreiras, talvez a mais forte da história do atletismo, contra o primeiro, o terceiro e o quarto melhores de todos os tempos, o brasileiro conquistou uma justa medalha de bronze.

 

O nível foi absurdo. O norueguês Warlhol baixou absurdos 76 centésimos o recorde mundial que já era dele, vencendo com 45s94, um tempo que se alguém dissesse que era possível há um minuto todos diriam que era balela. O segundo, o americano Rai Benjamin, com 46s17, também mais de meio segundo abaixo do antigo recorde mundial.

 

Depois da prova, Piu brincou com o desempenho do norueguês e disse que, ao ver o tempo no telão, achou que estava na prova errada.

 

"Sinceramente, acabou a prova, passei a linha chegada e olhei para o telão. Eu vi que tinha ficado em terceiro, olhei pro tela, vi 45, pensei que tava na prova errada. Falei 'Não é possível que seja o 400m com barreiras'", brincou o brasileiro. "Mas sim ele fez, ele era o homem que tava recebendo a pressão, ele veio, e quebrou o recorde mundial mais uma vez, fez o que todos acharam que era impossível".

 

Alison dos Santos, de 21 anos, já desponta como uma força no atletismo há algum tempo. Ainda muito jovem, Alison foi campeão pan-americano em Lima-2019 e, naquele ano, no Mundial de Doha, alcançou o 7º lugar.

 

Com o passar dos anos, Alison, ou Piu, como é chamado, tem colocado seu nome entre os favoritos na categoria e, hoje, está entre os três melhores dentro da sua prova.

 

Informações do UOL

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