Ameaça de ‘Cabeção’ em matar o pai é parte de uma ideologia cúmplice das drogas; vídeo


Situações como essa, do ator Sérgio Hondjakoff, são a ponta do iceberg

Sérgio Hondjakoff aparece em surto e ameaça matar o pai Foto: Reprodução/Vídeo redes sociais

Acordei hoje e me deparei com um vídeo chocante do ator Sérgio Hondjakoff, que ficou famoso no Brasil pelo personagem Cabeção na novela Malhação. Dependente químico, ele aparece transtornado, no vídeo, devido ao efeito de drogas, ameaçando matar o próprio pai com um bastão.

É difícil encontrar palavras para expressar o tamanho da tristeza ao ver cenas como essas. Mesmo como psicóloga, atuante na luta a favor da criminalização das drogas há mais de 30 anos, esse é o tipo de coisa que ainda me deixa profundamente abalada, triste e sufocada pela sensação de impotência.

O que me resta, então, é fazer algumas considerações que possam servir de alerta para a sociedade, considerando que até hoje lido com pacientes que enfrentam a dependência química, e que ainda encontro, infelizmente, resistência nas políticas de enfrentamento ao abuso de drogas.

CUMPLICIDADE IDEOLÓGICA

Em primeiro lugar, situações como essa, do ator Sérgio Hondjakoff, são a ponta do iceberg, porque só as vemos quando o problema já se tornou absurdamente grave. O ponto é que há uma dimensão na qual poucos são capazes de enxergar devidamente, e entendê-la é fundamental.

Essa dimensão começa pelas ideologias cúmplices das drogas, sendo a principal a que prega o uso recreativo de substâncias como a maconha. Isso porque, muitas vezes, é por intermédio dessa droga que a “porta de entrada” para a dependência de entorpecentes mais pesados, como a cocaína e o crack, é aberta.

O álcool e o cigarro também podem ser portas de entrada para a dependência química pesada. E, ambos, estão atrelados à cumplicidade ideológica cultural, por exemplo, quando são glamourizados em comerciais de TV, filmes e em outros meios.

No Brasil, essa cultura da alcoolização (embriaguez) como meio de diversão em baladas e até nas reuniões em família, é um problema real. Isso tem feito muitos jovens abraçarem o mundo das drogas por tabela, quando são apresentados a outros entorpecentes, achando que conseguirão manter o mesmo controle aparente.

Não é por acaso que a exclusão dos comerciais de cigarro, na TV, ajudou a cair absurdamente o número de fumantes nos últimos anos. Essa é uma evidência clara do quanto a cultura está diretamente relacionada ao contexto de dependência química não somente no Brasil, mas no mundo.

Mas, a maconha deve ser o alvo especial da nossa atenção devido ao seu potencial mais prejudicial a curto e médio prazo, tanto em termos de vício, quanto em sequelas físicas. Portanto, quem prega a legalização dessa droga como substância “recreativa” está sendo cúmplice de uma ideologia responsável, em parte, por situações como essa do Cabeção.

COMUNIDADES TERAPÊUTICAS

Outro alerta que faço é sobre a importância das comunidades terapêuticas (C.T). Os governos anteriores, notadamente esquerdistas, não apenas promoveram a cultura do uso recreativo de drogas como a maconha, como também combateram ferrenhamente o trabalho das CTs.

A maioria das CTs é mantida por igrejas, por isso a abordagem sobre o problema da dependência é diferente das clínicas tradicionais, uma vez que existe um enfoque religioso, disciplinar e moral no tratamento. O projeto Cristolândia, da Convenção Batista Brasileira, é um exemplo de grande sucesso.

No atual governo, a partir de 2019 foi lançada uma nova política sobre drogas, na qual as comunidades terapêuticas passaram a ter um lugar de destaque. Parabéns ao governo Bolsonaro! Mas, infelizmente, os anos de esquerdismo na administração pública deixaram sequelas profundas no país, tornando o trabalho das CTs algo monumental.

Assim, agora precisaremos de muitos anos para conseguir reverter o estrago da cumplicidade ideológica sobre o uso das drogas, bem como a demonização que foi feita sobre as CTs durante as gestões anteriores. Em todo caso, o fato de o governo atual ter reconhecido a importância das comunidades, buscando estreitar parcerias com elas, já constitui um importante avanço.

Artigo Marisa Lobo | Psicóloga Cristã 



Assista ao vídeo:

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