Em depoimento à PF, ex-chefe do GSI culpa general Heleno e diz que houve ‘apagão’ no 8 de janeiro


Durante depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira, 21, o general esquerdista Gonçalves Dias disse que o GSI não foi convidado sobre reunião de planejamento de Ações Integradas, ocorrida na antevéspera da invasão e que a falta de reação do órgão no 8 de janeiro foi um “um apagão geral do sistema pela falta de informações para tomada de decisões”. Ele negou ter recebido informações prévias da Abin.

G. Dias, como é conhecido nos meios políticos, disse que os protestos já estavam na lupa do governo de transição e teriam sido avaliados pelo Centro Integrado de Comando e Controle, antes mesmo de posse de Lula, por conta dos acampamentos que ocorriam em área militar. Segundo ele, cabia ao Exército retirar os manifestantes. Sobre sua presença no Palácio na invasão, ele afirma que no momento não seria conivente a prisão dos vândalos sem um planejamento prévio, “em razão dos ânimos exaltados e a presença de famílias, idosos e crianças”.

Questionado por que não efetuou a prisão dos invasores, o general disse que “estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2o piso tão logo descessem, pois era o protocolo; que não tinha condições materiais de sozinho efetuar prisão”.

Em certo momento do depoimento, G. Dias jogou a culpa no seu antecessor no cargo, ex-chefe do GSI do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro – o general Augusto Heleno. 

G. Dias afirmou que Helno ainda mantêm informantes dentro da pasta, e que até o dia 8 de janeiro não houve tempo hábil para exonerar “militares bolsonaristas” do órgão. 

Segundo membros da Polícia Federal ouvidos pela reportagem da Jovem Pan, em relação à divulgação das imagens que culminou em sua demissão, Dias disse acreditar que foi vítima de uma emboscada por parte da ala militar do Gabinete de Segurança Institucional, contratados ainda na gestão de Augusto Heleno. No depoimento que durou quase cinco horas. 

Por fim, o general afirmou ter entregue as imagens das câmeras da Presidência a todas as instituições de Estado, “sem omissão de possíveis filmagens”. A versão contradiz a cobrança feita por Alexandre de Moraes, em despacho no qual determina a quebra do sigilo das gravações.

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