CPMI: General Heleno é ofendido por deputada trans e devolve a chamando de “senhor”

Duda Salabert e General Heleno (Reprodução: TV Senado)

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Jair Bolsonaro (PL), General Heleno, prestou nesta terça-feira, 27, depoimento na CPMI dos atos do 8 de janeiro. 

Após ser atacado por diversos deputados e senadores de esquerda durante a primeira parte da sua oitiva ocorrida pela manhã, ele ouviu acusação da deputada transexual Duda Salabert  (PDT-MG), que quando coordenou a operação Punho de Ferro, no Haiti, teve como resultado o massacre de crianças e mulheres. 

Heleno interrompeu a deputada e disse que "essa afirmativa é mentirosa". "Essa é uma afirmativa mentirosa. Se eu quiser, eu vou para justiça, processo o senhor e boto o senhor na cadeia", declarou. Na sequência, Duda corrigiu Heleno, dizendo que ela é uma mulher. "É senhora".

A operação Punho de Ferro foi uma operação militar brasileira realizada no Haiti em 2005. A operação foi liderada pelo então coronel Augusto Heleno, que na época era comandante das Forças Armadas no país.

Os críticos da operação alegam que ela foi responsável por um massacre de civis haitianos, incluindo crianças e mulheres, porém não há circunstâncias concretas sobre esses fatos. 

Em 2006, uma investigação da ONU concluiu que a operação Punho de Ferro foi responsável pela morte de 17 civis haitianos. No entanto, a investigação não conseguiu determinar se as mortes foram intencionais ou acidentais.

Atrito com a relatora 

No início da oitiva de Heleno, a relatora da CPMI e aliada do ministro Flávio Dino (PSB-MA), Eliziane Gama (PSD-MA), questionou sobre o fato de ele ter recebido em seu gabinete no Palácio de Planalto pessoas que depois seriam presas por participação nos atos de 8 de janeiro. 

Quase no fim do seu bloco de perguntas para o general que chefiava o GSI, Eliziane Gama o questionou se recebeu “extremistas” presos em flagrante 8 de janeiro por causa da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. “Eles iam lá pra tirar fotos…”, respondeu Heleno. Eliziane interrompeu: “E fazer vídeo golpista”. Heleno retrucou: “Isso é a senhora que tá dizendo!”. 

Eliziane ainda insistiu em atacar Heleno, questionando-o se houve fraude nas eleições de 2022. 

"Já tem o resultado das eleições. Já tem um novo presidente da República. Não posso dizer que [as eleições] foram fraudadas. Foram examinadas...", disse Heleno. "Certo. O senhor mudou de ideia, né?", rebateu Eliziane, que logo depois encerrou suas perguntas.

Em seguida, o general disse que estava “puto” e reclamou que a relatora falava coisas que não estava na cabeça dele durante suas respostas. 

“Porra. É pra ficar puto. Pqp”, xingou o ex-ministro do GSI. 

Na parte da tarde, Heleno ouviu e respondeu os questionamentos dos parlamentares de direita, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde quase em maioria reclamaram dos ataques da esquerda e pela não presença dos parlamentares aliados do governo Lula durante a segunda parte da oitiva. 

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