Absurdo: Exército gasta R$ 62,9 mil em 10 adegas alegando "conforto dos militares"

Exército Brasileiro (Imagem: Trendolizer.com)

Em resposta a um pedido de esclarecimento da Câmara dos Deputados, o Exército brasileiro justificou a aquisição de 10 adegas de vinho, no valor total de R$ 62.190, como uma medida para "proporcionar um ambiente mais acolhedor e confortável" para os militares. Esses itens, classificados como "bens de luxo" e não essenciais para as atividades do Ministério da Defesa, foram adquiridos com o objetivo de melhorar a experiência dos militares em cinco hotéis de trânsito associados às atividades do Exército em Sergipe e na Bahia.

Os hotéis, que geram suas próprias receitas através do aluguel de quartos e da exploração de áreas de lazer, utilizam esses fundos exclusivamente para sua operação, bem como para melhorias e serviços oferecidos. Eles servem como acomodações para militares em diversas situações, incluindo missões fora de suas bases, férias eventuais, tratamento de saúde para si e seus familiares, treinamentos, cursos e deslocamentos rotineiros.

O documento enviado à Câmara argumenta que, por essas razões, é necessário que os militares tenham "acomodações satisfatórias". A presença de uma adega de vinhos, cujos produtos podem ser vendidos aos hóspedes, pode melhorar a experiência do usuário nos hotéis de trânsito, proporcionando um ambiente mais agradável e confortável. Além disso, pode ser um diferencial que contribui para a competitividade desses hotéis no mercado de hospedagem diferenciada.

O requerimento para obter mais informações sobre a compra das adegas pelo Exército foi aprovado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e apresentado pelo deputado Gilson Marques (Novo-SC) em 27 de novembro de 2023. No requerimento, Marques argumentou que a Nova Lei de Licitações (14.133 de 2021) proíbe a aquisição de itens de luxo pela administração pública. Ele também afirmou que o requerimento visava garantir a transparência da administração pública e que a população tem o "direito de saber como os recursos públicos estão sendo utilizados". 

O requerimento também foi assinado pelos deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e Adriana Ventura (Novo-SP).

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