Lula, sem provas, acusa Bolsonaro, Ibaneis e a polícia do DF sobre o 8 de janeiro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o principal culpado pelos atentados contra os Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília, segundo o presidente Lula (PT), que vem mostrando que jamais esquece do ex-mandatário.

O atual presidente da República fez essa acusação ao avaliar o primeiro ano do episódio, que será lembrado em um ato no Congresso Nacional na próxima segunda-feira (8).

“O ex-presidente da República foi quem orquestrou tudo isso e, de forma covarde, fugiu e saiu do Brasil antes que acontecesse”, afirmou Lula, em entrevista ao Metrópoles publicada nesta sexta-feira (5), sem mencionar o nome de Bolsonaro.

Lula disse que “todo mundo sabe que ele [Bolsonaro] não reconheceu a nossa vitória". E acrescentou que o ex-presidente "passou o tempo todo tentando desacreditar a Justiça Eleitoral".

"Todo mundo sabe que ele tentou desacreditar todas as instituições possíveis. Ele armou isso covardemente e não teve peito de assumir. Foi embora e deixou os seus comparsas para executar o que planejou”, disse.

O petista destacou a "defesa da democracia" e exigiu a punição de todos os envolvidos nos atentados. “Nós não temos pressa. O que nós queremos é que se faça justiça, de verdade e de direito, para que ninguém mais se atreva a atentar contra o processo democrático”, disse.

Em outra entrevista sobre o aniversário de um ano dos atentados de 8 janeiro, ao jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira (5), Lula mencionou a existência de um “acordo” entre Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a Polícia do Distrito Federal e a Polícia do Exército durante os atentados em 8 de janeiro. Ele também relacionou o suposto acordo à queima de veículos e tentativa de invasão da sede da Polícia Federal durante a sua diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Houve aquela ação canalha que envolveu até gente de Brasília, quando incendiaram ônibus no dia em que fui diplomado. Eu estava no hotel vendo eles queimando ônibus, carros, e a polícia assistindo sem fazer nada. Havia na verdade um acordo entre o ex-presidente da República (Jair Bolsonaro), o governador de Brasília (Ibaneis Rocha) e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF (Distrito Federal). Isso havia, inclusive com policiais federais envolvidos. Ou seja, aquilo só aconteceu porque o Estado permitiu que acontecesse", declarou Lula.

O petista conta que temia por um ataque durante a posse presidencial e mostrou desconforto com os acampamentos que continuavam em frente aos quartéis em dezembro de 2022. "Eu não imaginava que eu seria surpreendido com aquela manifestação. Tinha informação de que acampamentos estavam acabando, mas depois soube que, no sábado, começou a chegar gente de ônibus nos acampamentos. Não pensei que pudessem chegar à invasão", falou Lula.

Quando ocorreram os ataques às sedes dos três poderes em Brasília, Lula estava em Araraquara, interior de São Paulo, visitando a cidade que havia sido atingida por uma tempestade. Ele cancelou a agenda para planejar a reação do governo federal, e de lá, conversou com assessores, ministros e membros do Supremo. Ao voltar a Brasília, na noite do mesmo dia, ele foi ao Palácio do Planalto para ver os estragos. Para o presidente, os ataques de 8 de janeiro devem servir de lição para as pessoas “levarem a sério a democracia”.

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