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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) refutou as alegações de que pretendia instaurar um golpe de Estado por meio do Estado de Sítio durante entrevista à Rádio CBN Recife nesta quarta-feira (21). Ele enfatizou que tal medida necessitaria de aprovação do Congresso Nacional, tornando-a inviável como ferramenta golpista.
"Não existe golpe por Estado de Sítio", declarou Bolsonaro, em referência à operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), que o investiga por supostos atos antidemocráticos. Ele negou qualquer irregularidade em seu mandato e salientou que os conselhos de Estado, como o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, são apenas órgãos consultivos.
"O presidente pode ignorá-los, mas mesmo assim ele a encaminha para o parlamento (...) se o parlamento dizer ‘não’, acabou o Estado de Sítio", destacou.
Bolsonaro também se manifestou contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de torná-lo inelegível, classificando-a como "uma injustiça" e "perseguição" do governo Lula. Ele questionou a legitimidade da medida, baseada em seu encontro com embaixadores para discutir as eleições de 2022, e a considerou uma violação de sua liberdade de expressão.
"A minha inelegibilidade é porque eu me reuni com embaixadores. Qual o problema de se reunir com embaixadores? É uma política privativa minha. É uma injustiça, é uma perseguição. Acho que ninguém tem dúvidas disso", disse.
O ex-presidente ainda mencionou o inquérito em que é investigado por "importunar" uma baleia durante visita a uma comunidade pesqueira em 2019, classificando-o como "uma palhaçada".
Críticas ao governo Lula e futuro político
Bolsonaro aproveitou a entrevista para criticar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que o país está "em retrocesso" e que as medidas econômicas do governo estão "levando o Brasil à bancarrota". Ele também se posicionou como líder da oposição e disse que continuará lutando pelo "bem do Brasil".
"O Brasil está em retrocesso. A economia está em frangalhos. O que o Lula está fazendo é uma loucura. Ele está levando o Brasil à bancarrota", afirmou.
Sobre seu futuro político, Bolsonaro evitou confirmar se irá se candidatar à presidência da República em 2026, mas disse que "está pronto para o que der e vier". Ele também mencionou a possibilidade de se lançar candidato a senador ou deputado federal.
"Eu estou pronto para o que der e vier. O Brasil precisa de mim. Eu vou continuar lutando pelo bem do Brasil", concluiu.