Juíza exilada tem contas bancárias bloqueadas por Moraes

 Juíza Ludmila Lins Grilo, exilada nos Estados Unidos (Reprodução: Redes Sociais LG)

A juíza Ludmila Lins Grilo, atualmente exilada nos Estados Unidos, revelou recentemente que todas as suas contas bancárias no Brasil foram bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, deixando-a sem acesso aos seus proventos de aposentadoria.

Durante uma transmissão ao vivo, Ludmila lamentou a situação, declarando: "Vou dar uma notícia em primeira mão: minhas contas bancárias foram bloqueadas. Então, hoje em dia nem a minha aposentadoria eu tenho mais".

Em maio de 2023, Ludmila foi aposentada compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, onde atuava como magistrada na Comarca de Unaí. A decisão de aposentá-la ocorreu devido a publicações feitas por Ludmila nas redes sociais. Três meses antes, ela havia sido afastada de suas funções pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por críticas direcionadas a decisões do Supremo Tribunal Federal e por declarar-se amiga do jornalista exilado Allan dos Santos.

A prática de aposentadoria compulsória foi historicamente utilizada durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) como forma de punir professores universitários contrários ao regime. Diversos intelectuais, como Florestan Fernandes, Paulo Freire, Fernando Henrique Cardoso e Caio Prado Júnior, foram submetidos a essa medida, embora tenham conseguido lecionar em universidades estrangeiras e garantir sua subsistência.

Além de bloquear as contas bancárias de Ludmila, o Supremo Tribunal Federal (STF) tenta impedir que ela continue seu ativismo denunciando as injustiças do regime militar brasileiro, ao proibir as redes sociais de transmitir seus programas. Ludmila enfatizou a importância de utilizar a tecnologia VPN (Rede Privada Virtual) para acessar seu conteúdo, afirmando que sem ela, as pessoas estão limitadas à intranet controlada por Alexandre de Moraes.

Diante das adversidades, Ludmila reafirmou sua determinação: "Ainda que eu perca tudo, não quero ser omissa. Não me arrependo de nada do que fiz, faria tudo de novo, viria para o exílio, perderia salário, não estou nem aí. Tenho que fazer o que é certo, que é o que estou fazendo aqui."

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