Ciro Nogueira critica postura de ex-comandantes militares em depoimento sobre suposto plano de golpe
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-chefe da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL), expressou desaprovação aos depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas, Marco Antônio Freire Gomes e Carlos de Almeida Baptista Júnior, divulgados pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (16). Os depoimentos fazem parte de uma investigação sobre um suposto plano de golpe de Estado.
Segundo os relatos, Freire Gomes mencionou que Bolsonaro discutiu possíveis estratégias, como a utilização de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio, em relação ao processo eleitoral, em reuniões no Palácio da Alvorada após o segundo turno das eleições de 2022. Por sua vez, Baptista Júnior afirmou que o então comandante do Exército prometeu prender o presidente se o plano fosse adiante.
Ciro Nogueira expressou sua indignação, destacando a conduta considerada criminosa diante do suposto golpe de Estado. Ele questionou por que os ex-comandantes, que testemunharam o planejamento do golpe, não tomaram medidas para impedir sua execução.
A prevaricação, que consiste na omissão de um agente público diante de uma conduta criminosa, foi mencionada pelos especialistas consultados pelo Estadão, sugerindo que os comandantes poderiam ter agido para prevenir a ruptura do Estado Democrático de Direito, inclusive com a prisão em flagrante dos envolvidos.
Por fim, Nogueira enfatizou a necessidade de os militares honrarem seus compromissos com a democracia e criticou aqueles que, por não agirem conforme o esperado, mancham a reputação das Forças Armadas.