O gesto cordial de Donald Trump em buscar um diálogo com o presidente Lula, visto inicialmente por alguns no governo brasileiro como um sinal positivo, agora suscita preocupações em certos setores de Brasília. A possibilidade de Trump utilizar essa interação para fins políticos, emulando táticas já empregadas com líderes europeus, é motivo de cautela.
Assessores do governo Lula expressam um receio latente de que a cordialidade inicial possa se transformar em pressão indevida ou até mesmo em um cenário de constrangimento para o presidente brasileiro. A memória de encontros tensos de Trump com líderes europeus na Casa Branca paira sobre a análise.
“Existe uma apreensão de que a conversa seja instrumentalizada”, confidenciou um membro do governo, sob condição de anonimato. A preocupação reside na reputação de Trump de utilizar encontros diplomáticos para fortalecer sua imagem e agenda, mesmo que isso signifique colocar seus interlocutores em posições desconfortáveis.
Analistas políticos apontam que a relação entre os dois líderes, ideologicamente opostos, é complexa e carregada de potenciais armadilhas. A gestão da imagem do encontro, portanto, torna-se crucial para evitar que o gesto de aproximação se transforme em um revés político para o governo brasileiro.