A Netflix enfrenta forte turbulência após Elon Musk incitar seus seguidores a cancelarem suas assinaturas, alegando preocupações sobre a “agenda ideológica” em produções infantis da plataforma. O chamado ao boicote, lançado na última quarta-feira, rapidamente se espalhou pelo X/Twitter, desencadeando uma onda de vendas e impactando negativamente as ações da empresa na Bolsa de Nova York.
O estopim da polêmica foi a animação “Dead End: Paranormal Park”, que apresenta um protagonista trans. Musk, em uma de suas publicações mais compartilhadas, declarou: “Cancele a Netflix pela saúde dos seus filhos”. A mensagem reverberou entre perfis conservadores, intensificando as críticas e ataques direcionados ao criador da série, Hamish Steele.
O impacto financeiro do boicote foi imediato. Na quarta-feira, as ações da Netflix fecharam em US$ 1.170,90, representando uma queda de 2,34% em relação ao dia anterior, quando estavam cotadas a US$ 1.198,92. A tendência de baixa persistiu nos dias seguintes, com as ações atingindo US$ 1.162,53 na quinta-feira e US$ 1.153,32 na sexta-feira.
Em apenas três dias, a Netflix perdeu cerca de 3,8% de seu valor de mercado, o que equivale a uma desvalorização estimada entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões. Para se ter uma ideia da dimensão do prejuízo, essa quantia corresponde a aproximadamente R$ 100 bilhões na moeda brasileira.
Até o momento, a Netflix não emitiu nenhum comunicado oficial sobre o boicote e seus efeitos. Analistas de mercado alertam que ainda é cedo para avaliar o impacto de longo prazo no número de assinantes, mas reconhecem que o chamado “efeito Musk” já está gerando instabilidade e aumentando a pressão sobre os investidores da empresa.