A Fast Shop, renomada rede varejista, anunciou o fechamento de 11 lojas, representando aproximadamente 15% de sua operação, e um centro de distribuição. A medida faz parte de um processo de reestruturação desencadeado após a Operação Ícaro, investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que apura um esquema de corrupção envolvendo a empresa.
Em comunicado oficial, a Fast Shop declarou que “reavalia constantemente a sua estrutura e operação, inclusive de lojas físicas, com a priorização de pontos de venda que estejam alinhados à sua estratégia”. A empresa busca otimizar sua atuação em meio a um cenário econômico desafiador e às consequências do escândalo.
Os primeiros fechamentos incluem unidades A2You, especializadas em produtos Apple, nos shoppings Barigui (Curitiba), Aricanduva, Boulevard Tatuapé e Interlagos (São Paulo). A sequência de encerramentos abrangerá outras lojas e o centro de distribuição em Fortaleza, culminando com o fechamento das unidades do Barra Salvador e M1 Litoral Plaza, em Praia Grande (SP).
A crise na Fast Shop se agravou após a revelação, pelo MP-SP, de um esquema de liberação irregular de créditos de ICMS mediante pagamento de propina. Para lidar com a crise, a empresa contratou Rodrigo Ogawa como CEO interino em setembro, um especialista em gestão de crise encarregado de estabilizar a companhia.
A família Kakumoto, controladora da Fast Shop, firmou um acordo de não persecução penal com o MP-SP, comprometendo-se a pagar cerca de R$ 100 milhões em multa. A quitação será realizada pelos executivos e sócios, sem impactar diretamente o caixa da empresa, enquanto as negociações para quitar dívidas fiscais e multas junto ao Fisco continuam.
