Após mais de três décadas de presença na Argentina, a rede de fast-food Burger King está se retirando do país. A decisão marca o fim de uma era desde a inauguração da primeira unidade em 1989, no bairro de Belgrano, Buenos Aires. A controladora Alsea, que também administra outras franquias de peso, busca reorientar seus investimentos.
A saída do Burger King faz parte de uma estratégia global da Alsea, que visa priorizar negócios com maior potencial de rentabilidade. Em dezembro de 2024, a empresa já havia vendido 54 lojas do Burger King na Espanha ao fundo inglês Cinven, sinalizando uma mudança de foco. A rede ocupa atualmente a terceira posição no mercado argentino, atrás do McDonald’s e da rede local Mostaza.
Fontes do mercado indicam que a Alsea pretende concentrar seus esforços na expansão da rede Starbucks na Argentina, que já conta com 133 cafeterias. O desempenho do Burger King, por outro lado, foi afetado por diversos fatores, incluindo a perda da vice-liderança para a Mostaza em 2018 e a crise agravada pela pandemia de Covid-19. O fechamento de unidades históricas, como a loja na esquina das ruas Corrientes e Florida, já havia sinalizado dificuldades.
O banco BBVA foi contratado para coordenar a venda dos ativos do Burger King na Argentina. Três grupos demonstraram interesse na aquisição, incluindo o fundo Inverlat, proprietário da Havanna, a Desarrolladora Gastronómica, que administra marcas como Kentucky e Sbarro, e a Int Food Services, grupo equatoriano com experiência na operação de redes como KFC em outros países da América Latina.
A Alsea informou que quaisquer anúncios sobre a transição serão realizados exclusivamente por meio de seus canais institucionais. A empresa busca garantir uma transição suave para um novo operador, enquanto concentra seus esforços em outras áreas de crescimento na América do Sul.
