Crise em Fazenda Rio Grande: Vice-Prefeito Serjão Assume Após Prisão do Prefeito por Corrupção

Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), vive um momento de turbulência política. O vice-prefeito Luiz Sergio Claudino, conhecido como Serjão, assumiu interinamente a prefeitura nesta segunda-feira (13), após a prisão do prefeito Marcos Marcondes em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A investigação apura um suposto esquema de corrupção que envolve contratos de saúde superfaturados e ligações com secretários e empresários da administração municipal.

Diante da crise, a prefeitura emitiu uma nota buscando tranquilizar a população. “Todas as secretarias e órgãos municipais seguem operando normalmente, assegurando o pleno funcionamento dos serviços públicos à população”, informou o comunicado. A administração municipal reafirmou seu compromisso com a transparência, a legalidade e o interesse público, buscando demonstrar que os serviços essenciais não serão afetados pela investigação.

Luiz Sergio Claudino, o Serjão, tem uma trajetória política consolidada na região. Nascido em São José dos Pinhais, onde trabalhou na agricultura, mudou-se para Fazenda Rio Grande em 1995. Ele entrou para a política em 2004 e exerceu o cargo de vereador por quatro mandatos, construindo uma base eleitoral e experiência na administração pública.

A prisão de Marcos Marcondes, ocorrida na última quinta-feira (9), é o ponto central da crise. Ele e outras quatro pessoas foram detidas sob suspeita de desvio de recursos públicos em contratos da área da saúde. A investigação do Gaeco, que já dura seis meses, aponta irregularidades e possíveis fraudes que lesaram os cofres públicos.

Entre os presos, além do prefeito, estão o secretário municipal da Saúde, Francisco Roberto Barbosa, os sócios da AGP Saúde, Samuel Antonio da Silva Nunes e Abrilino Fernandes Gomes, e o auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), Alberto Martins de Faria. A investigação aponta que contratos entre a prefeitura e a AGP Saúde, desde 2022, apresentavam indícios de superfaturamento e serviços que poderiam ser prestados pelo SUS a custos menores.

O Ministério Público destaca que os valores pagos à AGP Saúde eram “incompatíveis com os serviços prestados”, indicando um possível desvio de recursos. Estima-se que a empresa tenha recebido mais de R$ 9,5 milhões apenas em contratos com a Prefeitura de Fazenda Rio Grande. A investigação se estende a outras prefeituras da Região Metropolitana de Curitiba, como Campina Grande do Sul e Quatro Barras.

A defesa do prefeito Marcos Marcondes manifestou “irresignação em face à desproporcionalidade da decisão” que determinou sua prisão preventiva. A defesa argumenta que Marcondes sempre atuou com lisura e transparência na administração municipal. O PSD, partido de Marcondes, informou que aguarda mais informações para se manifestar, respeitando a presunção de inocência e o devido processo legal. O TCE-PR confirmou que Alberto Martins de Faria é servidor do órgão, mas estava afastado por licença não remunerada.

Segundo o Ministério Público, o patrimônio de Marcondes teve um aumento de 420% entre 2020 e 2024, saltando de R$ 231 mil para R$ 1,3 milhão. O Gaeco também identificou movimentações suspeitas na conta bancária do prefeito. Marcondes passou por audiência de custódia e sua prisão preventiva foi mantida no Complexo Médico de Pinhais. A crise política em Fazenda Rio Grande continua a se desenrolar, com a população aguardando o desenrolar das investigações e a atuação do novo prefeito interino.

Fonte: http://ric.com.br

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