Uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná debateu soluções urgentes para a crise no setor de bebidas, desencadeada por casos de intoxicação por metanol. Entre as propostas, destacam-se o reforço das ações de fiscalização e medidas rigorosas para impedir a revenda ilegal de garrafas usadas, frequentemente reaproveitadas por grupos criminosos na falsificação de bebidas. O encontro, intitulado “Os Perigos do Metanol: Protegendo Vidas e Combatendo a Adulteração de Bebidas”, ocorreu nesta quarta-feira (15).
A audiência, proposta pelo deputado Luiz Fernando Guerra (União), presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda, reuniu deputados, representantes do governo, da indústria, do comércio e de universidades. O objetivo foi promover um debate aprofundado sobre a grave crise de saúde pública, que se alastra pelo Paraná e outros estados brasileiros, devido à contaminação por metanol em bebidas. “Este é um assunto extremamente preocupante, muito grave para a saúde pública no país e no Paraná”, alertou Guerra.
Guerra enfatizou a necessidade de ações legislativas que vão além da fiscalização, buscando medidas operacionais para garantir a segurança pública e a saúde da população. “Como Poder Legislativo, temos que propor medidas não só fiscalizatórias, mas também operacionais para a segurança pública e para a saúde pública”, afirmou. O deputado Paulo Gomes (PP) complementou, defendendo punições severas para quem adultera bebidas, comparáveis ao dano causado por essa prática criminosa.
A colaboração entre os órgãos de fiscalização em todas as esferas governamentais emergiu como ponto crucial para o combate eficaz às fraudes. A troca de informações e conhecimentos relevantes foi considerada essencial para ações contínuas, não apenas em momentos de crise. Para o deputado Requião Filho (PDT), é fundamental investir em prevenção e rastreamento de bebidas, com selos de identificação e fiscalização mais eficiente, para evitar novos casos de contaminação.
A deputada Cristina Silvestri (PP) defendeu o aprimoramento das leis, propondo projetos para inutilização de garrafas e responsabilização de gráficas que falsificam rótulos. “Esperamos, como cidadãos, que as autoridades competentes tomem providências o mais rápido possível para descobrir essas fábricas clandestinas e seus receptores, e que punam com severidade”, declarou. Ao final da audiência, foi apresentada uma máquina que tritura garrafas usadas, transformando o vidro em areia, uma medida para evitar o reaproveitamento criminoso.