O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a retomada da investigação que apura se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou de seu cargo para interferir na Polícia Federal durante seu mandato. O pedido foi formalizado nesta quarta-feira (15), reacendendo um caso que tem potencial para impactar o cenário político.
O inquérito, que estava paralisado desde maio de 2024 por solicitação de análise da PGR sobre um pedido de arquivamento, ganhou novo fôlego com a manifestação de Gonet. A investigação original foi motivada por denúncias do ex-ministro Sergio Moro, que alegava tentativas de interferência na PF. A solicitação de reabertura busca agora aprofundar as apurações.
Gonet busca que a Polícia Federal revise os elementos já coletados e verifique possíveis conexões com a investigação sobre a suposta “Abin Paralela”, uma estrutura de espionagem ilegal que teria operado durante o governo Bolsonaro. O objetivo é identificar se houve tentativas de acesso a informações sigilosas ou interferência em investigações que pudessem envolver o ex-presidente, seus familiares e aliados.
A Procuradoria Geral da República enfatiza que a análise visa esclarecer se houve, de fato, uso da máquina estatal para obter vantagens indevidas. Conforme declarou Gonet, “Imprescindível, portanto, que se verifique com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferências nas investigações […] mediante o uso da estrutura do Estado e a obtenção clandestina de dados sensíveis”.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, agora tem a responsabilidade de decidir sobre a reabertura formal do inquérito. A decisão, aguardada com expectativa, poderá determinar o curso das investigações e as possíveis consequências para o ex-presidente Bolsonaro.