Um samba-enredo em homenagem ao presidente Lula, encomendado pela escola de samba Acadêmicos de Niterói, tornou-se alvo de uma representação formal na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE). O vereador Malcon Mazzucatto (PL) de Vinhedo (SP) alega que a canção configura propaganda eleitoral antecipada e abuso de poder econômico, acirrando o debate sobre os limites da expressão artística em período pré-eleitoral.
A representação, protocolada nesta quarta-feira (22), argumenta que o samba-enredo transcende a mera homenagem e se transforma em uma exaltação indevida de um potencial candidato à reeleição. O vereador aponta para o uso de símbolos associados ao Partido dos Trabalhadores, como o gesto e a frase “Faz o L”, como evidências da promoção pessoal de Lula dentro da composição musical.
Mazzucatto destaca ainda o financiamento público das escolas de samba do Rio de Janeiro, que teriam recebido cerca de R$ 110 milhões em repasses este ano. Para o vereador, essa questão financeira agrava a situação, sugerindo um uso indevido de recursos públicos para fins eleitoreiros. “Quando uma escola de samba, financiada com dinheiro público, promove a imagem de quem ocupa o mais alto cargo da República e já é pré-candidato à reeleição, não se trata mais de arte, mas de campanha eleitoral disfarçada”, declarou Mazzucatto.
A ação movida pelo vereador busca impedir a divulgação do samba-enredo em plataformas digitais e implementar medidas preventivas nas emissoras que transmitirão o Carnaval de 2026. Ele também solicita uma investigação sobre possível abuso de poder econômico e de comunicação. De acordo com Mazzucatto, o objetivo é “resguardar a legitimidade das eleições e impedir que o dinheiro público financie propaganda antecipada travestida de cultura popular”.
A representação do vereador reacende a discussão sobre a tênue linha entre a liberdade artística e a propaganda política, especialmente quando envolvem recursos públicos e a imagem de figuras políticas de destaque. O caso agora aguarda análise da Procuradoria-Geral Eleitoral, que deverá avaliar a pertinência das acusações e decidir sobre os próximos passos a serem tomados.
Fonte: http://vistapatria.com.br