Uma onda conservadora varreu a Argentina nas eleições de meio-mandato deste domingo (26), impulsionando o presidente Javier Milei e seu partido, A Liberdade Avança, a uma vitória esmagadora. Com mais de 40% dos votos, a legenda conquistou uma maioria histórica no Congresso Nacional, marcando um ponto de inflexão na política argentina. Aliados descrevem o resultado como uma virada “épica”, sinalizando a ascensão definitiva da direita após décadas de predomínio do peronismo e da centro-esquerda.
Com a apuração de mais de 90% das urnas, o bloco governista assegurou 64 cadeiras na Câmara dos Deputados e ampliou significativamente sua presença no Senado. A vitória se estendeu por seis das oito províncias com vagas em disputa, superando as projeções das pesquisas que indicavam um cenário mais equilibrado com a coalizão peronista Força Pátria, que obteve cerca de 24% dos votos e 31 assentos na Câmara.
A vitória reverte o desempenho das últimas eleições na província de Buenos Aires, onde Milei havia sido derrotado por uma margem de 14 pontos percentuais. Desta vez, A Liberdade Avança triunfou também em Córdoba, Santa Fé e Mendoza, consolidando uma presença nacional inédita para um partido de direita recém-formado.
O peronismo, que buscava se fortalecer em meio à fragmentação da esquerda e ao desgaste do kirchnerismo, sofreu um duro golpe nas urnas. Dividido entre diversas correntes internas, o bloco opositor somou entre 6,9 e 7,7 milhões de votos, um número semelhante ao de 2021, mas inferior ao alcançado nas eleições presidenciais.
A imprensa argentina, que durante a campanha destacou a competitividade da esquerda, expressou surpresa com o resultado. Os jornais Clarín e La Nación ressaltaram que a vitória concede a Milei um capital político sem precedentes para implementar suas reformas econômicas e institucionais, que antes enfrentavam resistência legislativa. A participação eleitoral atingiu 67% dos eleitores.
