A Argentina elevou o nível de alerta regional ao classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), duas das maiores facções criminosas do Brasil, como organizações terroristas. A decisão foi anunciada pela ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, em entrevista ao jornal La Nación, marcando uma escalada na postura do país em relação ao crime organizado transnacional.
Segundo Bullrich, a medida visa combater o “narcoterrorismo” e impedir que as facções exerçam influência dentro do sistema prisional argentino, como ocorre no Brasil e no Paraguai. A ministra revelou que há pelo menos 39 brasileiros presos na Argentina, com ligações com o CV e o PCC. “Essas duas organizações foram declaradas como narcoterroristas na Argentina”, afirmou a ministra.
A polícia argentina, de acordo com a ministra, tem conseguido identificar membros das facções por meio de tatuagens e modus operandi, mantendo-os isolados em presídios para evitar a propagação de seu poder. Essa estratégia reflete a preocupação crescente com a infiltração de organizações criminosas em sistemas prisionais, um problema que aflige diversos países da América Latina.
Paralelamente, a Argentina tem fortalecido a cooperação internacional no combate ao terrorismo e ao crime organizado. Recentemente, o Ministério da Segurança Nacional firmou acordos com o FBI, dos Estados Unidos, visando o intercâmbio de informações, cooperação técnica e capacitação. Esses acordos demonstram o compromisso da Argentina em adotar uma abordagem multifacetada para enfrentar as ameaças representadas por organizações criminosas.
A decisão da Argentina ocorre em um momento de intensificação da violência no Rio de Janeiro, onde uma megaoperação contra líderes do Comando Vermelho resultou em um alto número de mortos. O contexto regional, marcado pela crescente influência de facções criminosas, parece ter influenciado a decisão argentina de classificar o PCC e o CV como organizações terroristas.
Fonte: http://vistapatria.com.br