Uma série de pesquisas realizadas após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, indicam um apoio massivo da população carioca às ações de combate ao crime organizado. Os levantamentos, divulgados no início de novembro, mostram que a maioria dos moradores, incluindo aqueles residentes em favelas, aprova a Operação Contenção e defende a continuidade de operações semelhantes.
Os dados das pesquisas, conduzidas por diferentes institutos, revelam um panorama consistente. A Genial/Quaest registrou 64% de aprovação, enquanto o Paraná Pesquisas apontou para 69,6%. A AtlasIntel, por sua vez, mediu 62% de aprovação entre brasileiros em geral e um índice ainda maior, de 87,6%, entre moradores de favelas do Rio. O Datafolha, utilizando uma metodologia diferente, indicou que 57% concordam com a avaliação do governador Cláudio Castro de que a operação foi um sucesso.
A aprovação das operações policiais se mostrou particularmente alta na Baixada Fluminense (73%) e na capital (68%). Mesmo entre os eleitores identificados com partidos de esquerda, a maioria se mostrou favorável a novas ações. No que diz respeito ao uso da força, a maioria dos entrevistados não percebeu excessos, com a AtlasIntel indicando que 62,3% dos cariocas consideraram o nível de força adequado, número que sobe para 89,5% entre moradores de favelas.
Contudo, as pesquisas também revelam um reconhecimento de que a repressão policial, por si só, não é suficiente para resolver o problema do crime organizado. Uma pesquisa da Genial/Quaest apontou que 62% dos moradores do Rio acreditam que o governo estadual não tem condições de vencer o crime organizado sozinho. Além disso, 52% sentem que o Rio ficou menos seguro após a operação, e 74% temem retaliações do tráfico.
Ainda, as pesquisas indicam uma avaliação negativa do governo federal em relação ao combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. A Genial/Quaest mostrou que 53% acham que Lula não tem ajudado os estados nesse sentido, e 60% reprovam sua gestão na segurança. A fala do presidente Lula, durante viagem à Indonésia, de que “os traficantes são vítimas dos usuários”, foi lembrada e criticada, com 84% dos entrevistados discordando da afirmação.
