Prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, é afastado do cargo por suspeitas de fraude em contratos da Saúde

O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), foi afastado do cargo por 180 dias por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). A medida cautelar atende a um pedido da Polícia Federal (PF) no âmbito da segunda fase da Operação Copia e Cola, que investiga supostas irregularidades em contratos públicos na área da Saúde do município.

Com o afastamento, o vice-prefeito Fernando Neto (PSD) assume interinamente a prefeitura. A decisão judicial também inclui a proibição de contato de Manga com pessoas específicas e o bloqueio de bens de alguns investigados, totalizando cerca de R$ 6,5 milhões.

A Operação Copia e Cola, deflagrada em abril de 2024, mira uma organização social (OS) suspeita de desviar recursos públicos através de contratos com a Secretaria de Saúde de Sorocaba. A primeira fase da operação coletou documentos que indicariam o envolvimento de novas pessoas físicas e jurídicas no esquema, motivando a nova etapa da investigação.

Nesta quinta-feira, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, expedidos pelo TRF-3. Entre os alvos está o empresário Marco Silva Mott, amigo pessoal do prefeito, apontado como possível lobista e intermediário de contratos sob suspeita.

A Polícia Federal investiga indícios de fraudes em licitações e sobrepreço de contratos, com o possível desvio de verbas da Saúde para empresas de fachada e pessoas ligadas a agentes públicos. Segundo a PF, o grupo pode ter atuado direcionando verbas da Saúde municipal a empresas de fachada e a pessoas próximas a agentes públicos.

A defesa de Marco Silva Mott classificou a prisão como “desnecessária”, alegando que se baseia em “conjecturas e suposições da polícia judiciária”. Os advogados afirmam que Mott sempre esteve à disposição das autoridades e que já prestou esclarecimentos sobre os fatos.

Rodrigo Manga e sua gestão negam qualquer irregularidade. O prefeito afirmou em redes sociais que está sendo alvo de perseguição política e que não foi intimado previamente sobre a decisão judicial. “Acredite se quiser, me afastaram do cargo de prefeito”, publicou.

A Prefeitura de Sorocaba também se manifestou, garantindo que todas as contratações públicas seguem os trâmites legais e as recomendações dos órgãos de controle. O Executivo municipal reforçou que não há elementos que liguem o prefeito às irregularidades investigadas pela PF.

Conhecido como o “prefeito tiktoker” devido à sua presença ativa nas redes sociais, Manga foi eleito em 2020 e reeleito em 2024. Antes de entrar na política, atuava como vendedor de veículos, ganhando popularidade com vídeos promocionais. Sua comunicação direta com a população o ajudou a consolidar sua imagem.

O afastamento ocorre em um momento em que Manga era cogitado para disputar cargos de projeção estadual, como o Senado. A operação pode ter impacto no cenário político de Sorocaba e na correlação de forças dentro do Republicanos e do PSD no estado de São Paulo.

A Câmara Municipal de Sorocaba foi notificada sobre o afastamento, mas ainda não há pedido de cassação ou abertura de comissão processante. A Polícia Federal mantém o sigilo de parte das investigações, que seguem sob a competência do TRF-3. Novas diligências podem ocorrer nas próximas semanas.

Até o momento, não há denúncia formal contra Rodrigo Manga. O processo está em fase de investigação, e todas as medidas são cautelares, sem reconhecimento de culpa. Tanto o prefeito quanto sua equipe jurídica afirmam colaborar com as autoridades e buscarão comprovar a legalidade de todos os atos da administração.

Fonte: http://www.conexaopolitica.com.br

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