O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, compareceu ao Senado nesta quarta-feira para sabatina que avalia sua possível recondução ao cargo. Em sua defesa, Gonet ressaltou que a atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR) tem se pautado pela racionalidade técnica, com o objetivo de servir à justiça, e não de buscar aprovação popular. “A PGR não busca aplausos”, afirmou o procurador, enfatizando a importância da independência do órgão.
Durante a sabatina, Gonet descreveu o Ministério Público como um guardião da ordem democrática e dos direitos fundamentais, destacando a necessidade de manter o órgão “arredio à interferência sobre opções próprias dos Poderes integrados por agentes legitimados diretamente pelo propósito popular”. Ele buscou afastar a percepção de que a PGR estaria a serviço de interesses políticos.
O procurador-geral também se defendeu de acusações de politização da PGR, afirmando que as ações do órgão são baseadas em rigorosos exames jurídicos. “Da PGR não saem denúncias precipitadas”, garantiu Gonet. Ele explicou que a PGR tem a obrigação legal de propor medidas repressivas criminais quando encontra relatos consistentes de delitos, sem espaço para discricionariedade ou livre-arbítrio na seleção de casos.
A sabatina não transcorreu sem controvérsia. Gonet enfrentou críticas de parlamentares da ala direita, especialmente em relação à atuação da PGR no julgamento do suposto golpe de Estado. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) questionou a independência de Gonet, insinuando que ele estaria seguindo ordens do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Flávio Bolsonaro também defendeu seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é alvo de inquérito da PGR por suposta obstrução de Justiça. O senador questionou se Gonet não teria “vergonha” de investigar Eduardo, que, segundo ele, estaria denunciando abusos de Alexandre de Moraes nos Estados Unidos. Gonet respondeu que os processos da PGR são resultados de avaliações “sempre a mais detida possível e sempre a mais ampla possível”, reafirmando o compromisso com a legalidade.
Fonte: http://vistapatria.com.br
