O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) e pode ser impedido de ocupar cargos em comissão e funções de confiança na administração pública federal. Um parecer técnico do TCU, que será julgado nas próximas semanas, pede a inabilitação do parlamentar por até oito anos. A investigação remonta ao período em que Barros foi Ministro da Saúde, durante o governo Michel Temer.
O caso em questão envolve a transferência de uma fábrica de hemoderivados do Nordeste para Maringá, base eleitoral de Ricardo Barros no Paraná. Segundo o TCU, o deputado teria agido para suspender uma parceria entre a estatal Hemobrás e laboratórios privados, sem justificativa plausível. A revista Veja teve acesso exclusivo ao parecer do TCU.
Os hemoderivados são medicamentos essenciais produzidos a partir do plasma humano e utilizados no tratamento de diversas doenças, como a hemofilia. A equipe técnica do TCU aponta que o ex-ministro teria desconsiderado potenciais prejuízos financeiros decorrentes do rompimento da parceria entre a Hemobrás e os laboratórios privados. Além disso, Barros é acusado de ignorar uma oferta de investimento de US$ 30 milhões do laboratório parceiro na fábrica em Pernambuco.
Em resposta às acusações, Ricardo Barros alega ser vítima de perseguição por parte do TCU, classificando as ações como “puro ativismo”. Em nota, o deputado afirma que “não há fundamento técnico nas sugestões apresentadas pela unidade técnica do TCU”. Ele argumenta que não havia conflito entre as tecnologias analisadas durante sua gestão no Ministério da Saúde, destacando a complementariedade entre os projetos da Hemobrás e do Tecpar.
Barros também ressalta que a assinatura do termo de cooperação tecnológica com o Tecpar contou com a presença do então presidente Michel Temer, “reforçando a legitimidade institucional das tratativas”. Ele afirma ainda que, durante sua gestão, o Ministério da Saúde transferiu mais de R$ 200 milhões à Hemobrás para garantir os investimentos necessários e viabilizou um investimento privado de US$ 250 milhões para a construção da fábrica de recombinantes.
Fonte: http://ric.com.br