A deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para expressar sua veemente oposição ao fechamento de Escolas do Campo no estado. A parlamentar cobrou a revogação dos pareceres que autorizam a medida, argumentando que ela representa uma ameaça direta às comunidades rurais e desconsidera informações cruciais fornecidas por pais, professores e estudantes.
Durante seu discurso, Rafagnin relatou um encontro com o presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), professor João Carlos Gomes, no qual representantes das comunidades rurais apresentaram uma série de irregularidades no processo conduzido pela Secretaria de Estado da Educação (SEED). Entre as falhas apontadas estão a utilização de dados desatualizados, fotografias que não refletem a realidade, ausência de visitas técnicas e o início dos protocolos de fechamento antes da devida consulta às comunidades.
A deputada alertou para o impacto do bloqueio antecipado de matrículas, que gera insegurança nas famílias e sobrecarrega outras escolas. Segundo André de Souza, da Articulação Paranaense por uma Educação do Campo, aproximadamente 300 famílias serão afetadas diretamente pelo fechamento das unidades. A parlamentar enfatizou que a medida pode comprometer o futuro de muitos jovens da zona rural.
Luciana Rafagnin também compartilhou relatos comoventes de estudantes, como Luidy Ceniquel, de 13 anos, da Escola do Campo Palmital 43, em Roncador, que expressou o temor de perder o vínculo com sua comunidade e a oportunidade de dar continuidade à agricultura familiar. Outro exemplo citado foi o de Guilherme Dorigon Agostine, de 11 anos, da Escola do Campo de Iolópolis, que ressaltou a importância da escola para sua formação e identidade cultural.
“Fechar Escolas do Campo é fechar oportunidades e enfraquecer quem produz a riqueza do Paraná”, declarou a deputada, chamando a atenção para o impacto social, econômico e cultural do fechamento dessas unidades. Rafagnin reforçou a importância das Escolas do Campo para garantir a permanência dos jovens no campo e fortalecer a agricultura familiar, pilares da economia paranaense.