Senadores questionam grandes empresas sobre consumo energético.
Senadores americanos investigam impacto da inteligência artificial no aumento da conta de luz dos consumidores.
O aumento no consumo energético causado pela expansão da inteligência artificial (IA) nos Estados Unidos levantou preocupações entre senadores democratas, que agora investigam o impacto dos data centers no aumento da conta de luz dos consumidores. Esta preocupação surge em um momento em que a demanda por eletricidade volta a subir após anos de estagnação, apontando para um cenário onde os custos de adaptação da rede elétrica podem estar sendo transferidos para os cidadãos comuns.
Aumento da demanda energética
Os senadores Elizabeth Warren, Chris Van Hollen e Richard Blumenthal enviaram cartas a gigantes da tecnologia como Google, Microsoft, Amazon e Meta, solicitando esclarecimentos sobre o consumo energético de suas operações. Os data centers, cruciais para o funcionamento de sistemas de IA, consomem significativamente mais energia do que as infraestruturas tradicionais da internet. Em 2023, esses centros foram responsáveis por mais de 4% do total de eletricidade consumida nos EUA, com projeções indicando que esse número pode chegar a 12% em três anos.
Impactos financeiros para os consumidores
O aumento da demanda energética não é apenas uma questão técnica, mas também financeira. As concessionárias de energia foram forçadas a destinar bilhões de dólares para modernizar a rede elétrica e expandir a capacidade de transmissão. Contudo, senadores expressam preocupação de que, se o crescimento da IA desacelerar, os investimentos realizados agora possam ser repassados aos consumidores, resultando em contas de luz mais altas. Comunidades próximas a grandes data centers já relataram aumentos significativos em suas contas de eletricidade, evidenciando um possível efeito cascata.
Transparência e contratos
Outro ponto crítico levantado durante a investigação é a falta de transparência nos acordos entre as empresas de tecnologia e as concessionárias de energia. Muitas dessas negociações são confidenciais, dificultando a compreensão sobre os aumentos nas tarifas de energia. Em setembro de 2025, o custo médio da eletricidade para residências com consumo de 1.000 quilowatt-hora mensais estava em torno de US$ 181, um aumento de 7% em relação ao ano anterior.
O futuro da energia e a IA
Os senadores também abordaram a questão da sustentabilidade a longo prazo. Apesar de alguns estudos sugerirem que os data centers podem ter ajudado a diluir os custos fixos da energia, os especialistas alertam que essa tendência pode não ser viável com o crescimento projetado da demanda. Com investimentos superiores a US$ 360 bilhões em apenas nove meses, o impulso da IA na economia continua a pressionar o sistema elétrico.
As empresas de tecnologia afirmam que estão comprometidas em pagar sua parte justa pelos custos energéticos, mas ainda não há um consenso claro sobre como deveria ser essa contribuição. O debate se torna ainda mais pertinente com a crescente busca por fontes de energia mais sustentáveis, como a energia nuclear, que pode apresentar custos elevados de implementação.
Diante deste cenário, a investigação do Senado busca não apenas compreender os impactos imediatos da IA na conta de luz, mas também garantir um equilíbrio justo entre os custos de energia, investimentos necessários e o bem-estar dos consumidores.



