Agricultores protestam em Bruxelas contra acordo UE-Mercosul

Yves Herman)

Manifestantes se opõem a impactos do tratado sobre agricultura

Agricultores bloqueiam ruas em Bruxelas em protesto contra o acordo com o Mercosul, temendo impactos negativos para o setor agrícola.

Os agricultores da Europa demonstraram seu descontentamento em Bruxelas, onde bloquearam ruas e realizaram atos simbólicos, como o lançamento de ovos e fogos de artifício, em protesto contra o acordo de livre comércio com o Mercosul, que inclui Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. O evento ocorreu no dia 17 de dezembro de 2025, no contexto de uma cúpula de líderes da União Europeia (UE).

Cresce a resistência europeia

A mobilização dos agricultores é reflexo de um movimento crescente contra o acordo, especialmente após a Itália se posicionar de forma cautelosa, alinhando-se à oposição da França. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou sua preocupação, afirmando que a assinatura do tratado seria precipitada, a menos que garantias para o setor agrícola fossem estabelecidas. O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou contra o acordo, pedindo que mais discussões sejam realizadas antes de qualquer assinatura.

O fator estratégico do acordo

Defensores do pacto argumentam que, apesar das resistências, o acordo tem potencial para criar um mercado de 780 milhões de pessoas, funcionando como um contrapeso às políticas de exportação da China e tarifas impostas pelos EUA. O chanceler alemão, Friedrich Merz, alertou que um adiamento ou cancelamento do acordo poderia prejudicar o status global da UE, enfatizando a necessidade de agir rapidamente para manter a credibilidade da União nas negociações comerciais.

Pressão na América do Sul

Enquanto isso, na América do Sul, líderes como o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, permanecem firmes na busca pela finalização do acordo, considerando-o uma conquista diplomática. Lula expressou descontentamento com as posições da França e da Itália, afirmando que, se o acordo não for assinado agora, o Brasil não fará novos acordos durante sua presidência. O presidente argentino, Javier Milei, também apoia o tratado, vendo o Mercosul como um meio de expandir mercados além das fronteiras regionais.

O cenário permanece instável, com Ursula von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, ainda programados para uma visita ao Brasil no próximo sábado, apesar das incertezas em torno da assinatura do acordo.

Fonte: www.infomoney.com.br

Fonte: Yves Herman)

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