Calor noturno e a saúde: impacto no sono revelado em estudo

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Pesquisa indica que altas temperaturas afetam a qualidade do sono

Um estudo recente revela que o calor noturno prejudica a qualidade do sono e pode impactar a saúde a longo prazo.

O calor noturno tem se mostrado um desafio crescente para a qualidade do sono, conforme evidenciado em um estudo recente da Universidade do Sul da Califórnia (USC). A pesquisa, que analisou milhões de noites de sono, indica que as altas temperaturas não apenas encurtam o tempo de descanso, mas também deterioram sua qualidade, levantando preocupações sobre implicações para a saúde a longo prazo.

O impacto do calor noturno na qualidade do sono

Dormir adequadamente é um processo que depende do resfriamento do corpo. Quando as temperaturas sobem, o organismo se mantém em estado de alerta, dificultando a transição para estágios profundos de sono. O estudo envolveu uma análise detalhada de registros de sono de 14.232 adultos nos Estados Unidos, coletados por dispositivos como o Fitbit, em conjunto com dados meteorológicos.

Os resultados foram alarmantes: cada aumento de 10 °C, seja durante o dia ou à noite, resultou em uma redução de dois a três minutos no tempo total de sono. Embora possa parecer uma quantidade pequena, a soma desse efeito em milhões de pessoas é significativa. Além disso, os meses de junho a setembro, que correspondem ao pico do verão no hemisfério norte, foram identificados como os períodos de maior perda de sono.

Grupos mais vulneráveis e os riscos à saúde

Os pesquisadores descobriram que o impacto do calor não é uniforme entre a população. Adultos entre 40 e 50 anos, por exemplo, mostraram uma perda maior de sono em comparação aos mais jovens. Mulheres foram identificadas como mais vulneráveis do que homens, e aqueles com doenças crônicas ou de renda mais baixa também enfrentaram desafios maiores. A pesquisa destaca a necessidade de direcionar intervenções para esses grupos específicos, que podem sofrer as consequências mais severas das mudanças climáticas.

O futuro do sono em tempos de aquecimento global

O cenário futuro é igualmente preocupante. De acordo com as projeções, até 2099, os adultos americanos podem perder entre 8,5 e 24 horas de sono por ano devido ao aumento das temperaturas noturnas. Essa realidade destaca a urgência de desenvolver medidas que possam mitigar esses efeitos, como programas de higiene do sono, telhados verdes e melhorias na refrigeração em ambientes internos.

Os pesquisadores da USC estão agora buscando soluções práticas que possam ajudar a reduzir os efeitos das noites quentes, enfatizando a importância de um sono de qualidade para a saúde geral da população. O estudo não apenas revela uma tendência crescente, mas também serve como um alerta sobre o que está por vir se não forem tomadas ações concretas para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

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