Um olhar sobre o projeto secreto da China para a produção de semicondutores.
A China avança em um projeto secreto de produção de chips semicondutores, mirando autonomia até 2030.
A corrida pela autossuficiência em semicondutores está em pleno andamento na China, com um projeto secreto que visa produzir chips de próxima geração em Shenzhen. O projeto, que muitos consideram o “Projeto Manhattan” dos semicondutores, é coordenado pela Huawei e envolve ex-engenheiros da ASML, conhecidos por sua expertise em máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV).
O projeto que desafia o Ocidente
Os esforços da China para desenvolver sua própria capacidade de produção de semicondutores são impulsionados pela necessidade de reduzir a dependência de tecnologias ocidentais, especialmente em um cenário de crescente tensão comercial. Com um protótipo de máquina já em operação, a expectativa é que a produção de chips plenamente funcionais comece entre 2028 e 2030.
Desafios técnicos e soluções criativas
Reproduzir a complexa tecnologia EUV não é uma tarefa simples. A China enfrenta desafios significativos, como a dificuldade em replicar sistemas ópticos precisos. Para contornar essas barreiras, o país adota uma série de estratégias:
- Uso de componentes antigos: A aquisição de peças de máquinas ASML em mercados secundários é uma prática comum.
- Engenharia reversa: Cerca de 100 recém-formados e ex-engenheiros da ASML estão envolvidos em processos de engenharia reversa, o que tem permitido avanços rápidos na tecnologia.
- Incentivos financeiros: Para atrair talentos, a China oferece bônus que podem chegar a US$ 700.000, além de criar um ambiente de trabalho altamente controlado e seguro.
Segurança e sigilo no desenvolvimento
A segurança é uma prioridade máxima neste projeto. Os funcionários trabalham em condições que garantem o sigilo, com acesso restrito a celulares e outras tecnologias de comunicação. As equipes são mantidas isoladas entre si, garantindo que informações sensíveis não vazem. Isso inclui o recrutamento de ex-engenheiros da ASML usando pseudônimos e documentos falsos.
O futuro dos semicondutores na China
Apesar de o protótipo atual ser maior e ainda rudimentar em comparação com as máquinas da ASML, ele já é funcional o suficiente para testes iniciais. Com o apoio da Huawei e de centros de pesquisa que integram design, produção e testes, a China está em uma trajetória acelerada rumo à autossuficiência em semicondutores, desafiando as limitações impostas por restrições internacionais. A visão de um futuro em que a China se torna um líder na produção de chips avançados parece mais próxima do que nunca.



