Indústria da carne nos EUA enfrenta crise enquanto Brasil se destaca

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Cenário de fechamento de frigoríficos e críticas à carne brasileira.

Fechamentos de frigoríficos nos EUA refletem a crise do setor, enquanto a carne brasileira ganha espaço no mercado americano.

A crise da carne bovina nos EUA

A carne brasileira cresce no mercado americano em um cenário de crise para a indústria da carne nos Estados Unidos. Com o fechamento de frigoríficos e a pressão sobre os custos de produção, o setor enfrenta uma das suas maiores dificuldades nas últimas décadas. As recentes decisões de gigantes como Tyson Foods e JBS Foods, que anunciaram o fechamento de importantes unidades, refletem essa realidade preocupante.

O impacto das mudanças estruturais

Os pecuaristas americanos estão alarmados com a crescente importação de carne bovina brasileira, que aumentou significativamente em meio à escassez interna. A redução do rebanho bovino nos EUA, que atingiu os menores níveis em 75 anos, agravou a situação. Somente entre janeiro e novembro, os EUA importaram 244,5 mil toneladas de carne bovina brasileira, um aumento de 109% em relação ao ano anterior. Essa mudança estrutural no mercado alimenta um discurso crescente entre os pecuaristas locais, que criticam a rotulagem e os padrões de inspeção das carnes importadas.

A pressão sobre o mercado americano

Os pecuaristas norte-americanos acusam o sistema de inspeção de enganar os consumidores, alegando que muitos produtos importados estão sendo rotulados como “Produto dos EUA” após simples processamento. Essa situação cria uma percepção errônea no consumidor e compromete a concorrência local. Apesar das críticas, eles não são contra as importações em si, mas pedem uma fiscalização mais rigorosa e uma rotulagem clara sobre a origem da carne.

Protagonismo brasileiro no setor

Enquanto os EUA enfrentam dificuldades, o Brasil se destaca como um líder emergente no mercado global de carne bovina. Com uma produção estimada de 12,35 milhões de toneladas para 2025, o Brasil deve superar os EUA, que devem produzir 11,81 milhões de toneladas. Esse avanço é resultado de um ciclo favorável para a pecuária no Brasil, caracterizado por custos competitivos e uma forte presença internacional.

Conclusão

O fechamento de frigoríficos e o aumento das críticas à carne brasileira não são meros incidentes isolados, mas sim reflexos de um mercado global em transformação. Para o Brasil, a situação destaca a importância de manter altos padrões sanitários e transparência, em um momento em que a origem dos produtos é cada vez mais relevante para os consumidores. A dinâmica entre os dois países ilustra a complexidade de um mercado que continua a evoluir sob a pressão de vários fatores, incluindo mudanças climáticas e desafios econômicos.

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