LATE: nova demência pode causar diagnósticos errados de Alzheimer

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Entenda como a LATE se relaciona com o Alzheimer e sua importância no diagnóstico.

A LATE, uma nova forma de demência, pode explicar diagnósticos errados de Alzheimer em idosos.

O impacto da LATE na saúde mental dos idosos

A LATE, ou Encefalopatia TDP-43 relacionada à idade, é uma condição que tem atraído a atenção de pesquisadores e médicos ao redor do mundo. Reconhecida recentemente, essa forma de demência pode afetar milhões de idosos e está se mostrando crucial para entender melhor o envelhecimento do cérebro. Estudos indicam que a LATE pode ser responsável por diagnósticos errôneos de Alzheimer, uma situação que tem implicações significativas para o tratamento e manejo dos pacientes.

O que é a LATE?

A LATE é uma demência que se caracteriza principalmente pela deterioração da memória. Por muitos anos, seus sintomas foram confundidos com os do Alzheimer, levando a uma série de diagnósticos inadequados. Dados recentes sugerem que cerca de 10% das pessoas acima dos 65 anos e até um terço dos idosos com mais de 85 anos podem apresentar LATE, o que representa uma parcela considerável dos diagnósticos de Alzheimer.

A confusão entre as duas condições é compreensível, pois ambas apresentam sintomas iniciais semelhantes, como lapsos de memória e dificuldade de encontrar palavras. No entanto, a LATE tende a evoluir de maneira mais lenta e frequentemente se limita a problemas de memória, enquanto o Alzheimer pode afetar áreas como planejamento, organização e comportamento.

Diferenças entre LATE e Alzheimer

Os especialistas têm identificado diferenças biológicas significativas entre as duas condições. Enquanto o Alzheimer está associado ao acúmulo de proteínas amiloide e tau no cérebro, a LATE envolve depósitos anormais de TDP-43. Essa distinção é vital, pois implica que os tratamentos atualmente disponíveis para Alzheimer, que visam o acúmulo de amiloide, podem não ser eficazes para pacientes com LATE.

A identificação da LATE tem se tornado mais precisa graças a exames de imagem e autópsias, que revelam, por exemplo, um encolhimento mais acentuado do hipocampo em comparação com o observado no Alzheimer. Essa evidência ressalta a importância de um diagnóstico preciso para garantir que os pacientes recebam o tratamento adequado.

Avanços no diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da LATE envolve uma combinação de exames clínicos, testes de imagem e avaliações dos sintomas. Alguns dos principais indicadores para diferenciar a LATE do Alzheimer incluem:

  • Idade mais avançada no início dos sintomas.
  • Predomínio de comprometimento da memória.
  • Ausência de placas de amiloide em exames.
  • Maior atrofia do hipocampo.

Embora ainda não haja um tratamento específico para a LATE, pesquisas estão em andamento. Um exemplo é um ensaio clínico na Universidade de Kentucky que investiga o uso do nicorandil, um medicamento que pode proteger o tecido cerebral e retardar o encolhimento do hipocampo.

Reconhecer a LATE pode não apenas esclarecer os motivos pelos quais alguns medicamentos para Alzheimer têm apresentado resultados modestos, mas também abrir caminho para terapias mais direcionadas no futuro. A compreensão dessa nova demência é essencial para melhorar a qualidade de vida de milhões de idosos, proporcionando diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.

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