Pessimismo nos setores da economia brasileira em 2025

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Juros altos e crédito restrito impactam confiança do empresário.

O pessimismo nos setores da economia brasileira aumenta devido a juros altos e crédito caro.

O cenário de pessimismo na economia brasileira

O final de 2025 traz à tona um ambiente econômico marcado por juros elevados e um acesso restrito ao crédito. Esses fatores têm gerado um clima de incerteza que se reflete na confiança do setor produtivo brasileiro. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 22 setores industriais encerram o ano com um sentimento de pessimismo, um número que supera três vezes os segmentos que ainda demonstram confiança.

A deterioração da confiança empresarial

Os Resultados Setoriais do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) indicam que apenas sete setores conseguiram fechar dezembro em terreno positivo. Claudia Perdigão, especialista da CNI, destaca que a deterioração da confiança empresarial está intimamente ligada ao desempenho negativo da indústria ao longo do ano. As empresas, com o custo do dinheiro em patamares altos, têm adiado investimentos e se mostrado cautelosas em seus planos de expansão.

Impactos no agronegócio e na indústria

O crédito caro não afeta apenas a indústria, mas também o agronegócio, um dos pilares da economia brasileira. A dificuldade de acesso a financiamentos competitivos está comprometendo a continuidade de projetos e a modernização produtiva, reduzindo, assim, a geração de renda e emprego tanto no campo quanto nas cadeias industriais relacionadas.

Os números do ICEI reforçam esse ambiente adverso: pequenas indústrias fecham dezembro com 47,9 pontos, enquanto empresas de médio porte alcançam 48,3 pontos. Mesmo as grandes indústrias, que apresentaram uma leve alta para 49,1 pontos, permanecem abaixo da linha dos 50 pontos, indicando uma falta de confiança generalizada.

Regionalizações do pessimismo

Analisando o cenário regional, o Nordeste e o Centro-Oeste foram as únicas regiões a manter algum otimismo, com o Nordeste atingindo 53,7 pontos. Em contraste, Sudeste e Sul enfrentam as maiores dificuldades, refletindo a realidade de mercados mais industrializados e vulneráveis ao custo do crédito.

Cenário fiscal e suas consequências

O clima de pessimismo é agravado pela incerteza fiscal, especialmente em um ano pré-eleitoral. O aumento dos gastos públicos e a falta de políticas fiscais claras geram preocupações no setor produtivo, criando um ciclo vicioso que pode manter os juros elevados por mais tempo. Essa situação pressiona ainda mais o acesso ao crédito, afetando a confiança dos agentes econômicos.

Diante desse quadro, fica claro que, sem ações efetivas para garantir previsibilidade fiscal e uma redução sustentável dos juros, a economia brasileira pode entrar em 2026 com limitações significativas para o crescimento. O pessimismo registrado pela CNI não é apenas um reflexo do humor empresarial, mas um sinal de alerta sobre os desafios estruturais que continuam a travar investimentos no país.

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