O setor enfrenta desafios e busca novas oportunidades globais.
O tarifaço dos EUA trouxe desafios significativos para a tilapicultura brasileira, exigindo inovação e adaptação.
Impacto das tarifas norte-americanas na tilapicultura brasileira
2025 trouxe uma combinação inédita de desafios para a piscicultura brasileira, especialmente a produção de tilápia. O tarifaço imposto pelos Estados Unidos, que elevou as taxas de importação de cerca de 10% para 50%, teve um efeito imediato e profundo na participação do Brasil no mercado norte-americano, que caiu de aproximadamente 5% para cerca de 3%. Essa mudança não apenas alterou a dinâmica de exportação, mas também provocou uma reflexão sobre a estratégia do setor, que precisa diversificar suas opções de mercado.
A busca por novos mercados
O setor de tilápia brasileiro se viu forçado a revisitar seu mapa de oportunidades globais. Embora a China seja um dos maiores consumidores de pescado, suas barreiras práticas de importação e autossuficiência tornam-a uma opção menos viável. O Canadá, apesar do alto poder aquisitivo, apresenta hábitos de consumo restritos. Nesse contexto, a União Europeia surge como uma alternativa promissora, e a prospecção de novos mercados é essencial para garantir o crescimento da produção.
O cenário interno e os preços
Surpreendentemente, em vez de uma queda, os preços da tilápia no mercado interno seguiram em alta. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço da tilápia fechou novembro a R$ 9,29 o quilo, um aumento significativo em relação aos R$ 8,02/kg registrados após o anúncio das tarifas. Isso indica que a oferta no Brasil ainda não é suficiente para causar uma desvalorização significativa, reforçando a posição do país como um produtor em ascensão.
Avanços sanitários e inovações
Além das questões comerciais, 2025 também foi marcado por importantes avanços na área sanitária. O fortalecimento de práticas de biosseguridade, protocolos de imunidade e o uso crescente de vacinas e nutracêuticos foram fundamentais para garantir a produtividade do setor. As empresas estão se reorganizando, e a Fider, uma das maiores produtoras de tilápia do Brasil, exemplifica esse movimento ao reforçar a inovação e a busca por novos mercados.
Em síntese, o tarifaço dos EUA não apenas desafiou a tilapicultura brasileira, mas também a impulsionou a se reinventar e buscar novos horizontes. O setor encerra 2025 mais consciente dos riscos e preparado para um futuro mais sólido e diversificado na piscicultura nacional.



