Expectativas para o setor orizícola brasileiro em meio a dificuldades
O presidente da Federarroz, Denis Nunes, apresentou um balanço do setor em 2025 e as expectativas para 2026, destacando desafios e avanços.
O cenário orizícola brasileiro em 2025 foi desafiador, com a Federarroz, presidida por Denis Nunes, apontando diversas dificuldades enfrentadas pelo setor. Desde a pressão nos preços até a restrição de crédito, o ano mostrou-se complicado. A análise de Nunes destaca a necessidade de estratégias para mitigar os impactos negativos e preparar o terreno para um 2026 mais promissor.
Pressões sobre o mercado
O ano começou com o preço do saco de arroz em torno de R$100,00 nas principais praças do Rio Grande do Sul, mas conforme a colheita progrediu, os valores caíram drasticamente, chegando a patamares próximos ao preço mínimo. Essa queda foi influenciada por uma boa colheita no Mercosul e pela entrada da Índia no mercado exportador, o que resultou em uma pressão sobre os preços internacionais e, consequentemente, no mercado interno.
Nunes explicou que a situação exigiu uma intervenção imediata da Federarroz junto ao governo federal. Em junho, a liberação de R$300 milhões para contratos de opção foi uma tentativa de aliviar a pressão sobre os produtores; no entanto, a situação se complicou com restrições de crédito em julho, o que dificultou a continuidade do financiamento para o próximo ciclo.
Redução da área plantada
A redução da área plantada é um fator que exige atenção especial. Um levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontou uma diminuição inicial de 5,7% na área plantada para a safra 2025/26, mas Nunes acredita que essa queda pode chegar a 10%, resultando em cerca de 880 mil hectares. Essa situação, somada à menor disponibilidade de crédito e fertilizantes, deve impactar a produtividade do setor.
Avanços e conquistas
Apesar das dificuldades, o segundo semestre trouxe avanços significativos. Um dos destaques foi a antecipação de R$300 milhões pela Conab, destinados a aquisições e subvenções que visam melhorar a competitividade das exportações. A aprovação de mudanças no estatuto do Irga, que permite o uso de recursos para subvenções de comercialização, também foi uma conquista importante.
Nunes ressaltou que, apesar do cenário desafiador, o Brasil se mantém competitivo no mercado externo, principalmente pela qualidade de seu arroz. Isso pode resultar em um volume recorde de exportações em 2026, o que é vital para reduzir os estoques e reequilibrar o mercado.
Expectativas para 2026
O presidente da Federarroz acredita que 2026 ainda será um ano desafiador, mas abre espaço para novas oportunidades. A expectativa é que, com estoques menores e mecanismos de apoio em funcionamento, o setor possa vislumbrar um cenário mais favorável. A união de esforços entre produtores e governo será crucial para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirem.
Para acompanhar as novidades e atualizações do setor orizícola, é recomendável que os interessados sigam as notícias e mantenham-se informados sobre as políticas e tendências que poderão influenciar o mercado nos próximos meses.


