Análise sobre o impacto da taxa de desemprego na política monetária americana.
O desemprego nos EUA alcançou 4,6% em novembro, o maior nível em quatro anos, desafiando a pausa nos juros do Fed.
O desemprego nos EUA subiu para 4,6% em novembro de 2025, o maior nível registrado em mais de quatro anos. Essa alta desafia a recente pausa na política de juros do Federal Reserve, sinalizada na semana anterior. Embora o país tenha conseguido criar 64 mil novos empregos, a perda de 105 mil vagas em outubro e cortes significativos no setor público geraram um cenário de estagnação.
Impacto da paralisação e cortes no setor público
A paralisação do governo federal, que se tornou a mais longa da história americana, teve um impacto direto no mercado de trabalho. O presidente Donald Trump implementou cortes na força de trabalho federal, resultando na eliminação de 162 mil empregos em outubro e 6 mil em novembro, totalizando 271 mil demissões desde janeiro. O setor privado, entretanto, apresenta um quadro mais otimista, segundo especialistas.
Expectativas do mercado e reações
Os dados do payroll, que mostraram a criação de novos empregos, não foram suficientes para reverter as expectativas do mercado em relação à política monetária do Fed. Em Wall Street, a visão predominante é que esses dados podem pressionar o Fed a antecipar cortes de juros para 2026. O economista Ali Jaffery, do CIBC Economics, sugere que a situação atual abre espaço para dois cortes de juros no próximo ano, em contraste com as expectativas anteriores de um único corte.
Cenário futuro e considerações
O presidente do Fed, Jerome Powell, já havia indicado que a geração de empregos estava esfriando, e agora, com a taxa de desemprego em alta, a pressão sobre a instituição aumenta. Analistas como Dario Perkins, da TS Lombard, afirmam que, embora a situação não seja urgente, a possibilidade de um corte em janeiro não pode ser descartada. O BLS alertou que os dados recentes são menos confiáveis do que o habitual, dificultando previsões precisas sobre o impacto da paralisação do governo.
A visão de economistas e instituições financeiras
Instituições como a Pimco, que gerencia mais de US$ 2 trilhões em ativos, classificaram os dados do payroll como mistos, mas em linha com suas expectativas, mantendo sua posição em relação à política do Fed. A Oxford Economics reforçou a ideia de que o Fed adotará uma postura paciente, considerando o crescimento resiliente da economia.
O presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Pierre Yared, minimizou as preocupações com o aumento do desemprego, enquanto Kevin Hassett, conselheiro econômico da Casa Branca, assinalou que há espaço para cortes nos juros.
O Bradesco, por sua vez, acredita que apenas os dados de dezembro poderão oferecer uma avaliação mais precisa da situação do emprego nos EUA, prevendo que o Fed mantenha uma postura dovish. O próximo relatório de emprego será divulgado em 9 de janeiro de 2026.
Fonte: www.infomoney.com.br
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