O presidente brasileiro destaca apoio europeu ao tratado comercial.
Lula acredita que a resistência da França não é suficiente para impedir o acordo Mercosul-União Europeia, apesar dos recentes adiamentos.
A pressão da França e o apoio europeu ao acordo
O cenário atual do acordo Mercosul-União Europeia foi profundamente afetado por pressões políticas, especialmente da França. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizou que o país europeu, por si só, não tem poder suficiente para barrar a conclusão do tratado que visa criar a maior zona de livre comércio do mundo. Em suas declarações, Lula ressaltou que a resistência da França não reflete o apoio que o acordo tem entre outros membros da União Europeia, como a Alemanha e a Espanha.
O contexto das negociações
As conversas sobre o acordo Mercosul-União Europeia vêm se arrastando há aproximadamente 25 anos, e a expectativa era que uma assinatura fosse realizada durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu. No entanto, o desejo da França por novas salvaguardas para proteger seu setor agrícola, junto com o alinhamento da Itália nessa demanda, levou ao adiamento. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, expressou preocupações sobre a distribuição de subsídios agrícolas na União Europeia, o que trouxe à tona a necessidade de mais discussões antes de um acordo final.
Detalhes do adiamento
O adiamento da assinatura do tratado, inicialmente previsto para ocorrer em 20 de dezembro de 2025, foi considerado um passo necessário para garantir que as preocupações dos agricultores europeus sejam devidamente abordadas. Apesar disso, Lula se mostrou esperançoso de que as negociações progridam rapidamente e que um novo encontro seja marcado para janeiro de 2026, com a expectativa de que Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, esteja disposta a assinar o tratado.
O futuro do acordo
Lula acredita firmemente que a resistência da França não será suficiente para impedir a formalização do acordo, que é visto como estratégico tanto para o Mercosul quanto para a União Europeia. O presidente francês, Emmanuel Macron, tem se posicionado contra a ratificação sem ajustes, mas a maioria dos países da UE parece disposta a avançar, considerando a importância do tratado para a economia global e para a própria credibilidade da União Europeia no comércio internacional.
O acordo não se limita apenas ao setor agrícola, mas abrange uma ampla gama de setores, incluindo bens industriais e serviços, o que o torna um elemento crucial para a relação comercial entre as duas regiões. A ratificação ainda depende do aval do Conselho Europeu, que exige apoio de pelo menos 15 dos 27 países da União Europeia.
A expectativa é que, mesmo com os desafios atuais, o tratado possa ser aprovado e formalizado, trazendo benefícios significativos para ambos os blocos. Lula reafirma seu compromisso em garantir que o Mercosul esteja em uma posição forte para negociar e concluir este acordo vital.



