Como o cometa 3I/ATLAS desafiou a compreensão científica e gerou boatos
O cometa 3I/ATLAS desafiou a ciência e gerou especulações sobre sua origem.
O cometa 3I/ATLAS, um dos fenômenos astronômicos mais intrigantes de 2025, se destacou por sua trajetória e pela polêmica em torno de sua origem. Desde sua descoberta em julho, o cometa, que é apenas o terceiro visitante interestelar já identificado, capturou a atenção de astrônomos e do público em geral.
O mistério do cometa interestelar
O 3I/ATLAS, que recebeu as designações oficiais C/2025 N1 e 3I/ATLAS, apresenta uma órbita hiperbólica, sugerindo que não está preso à gravidade do Sol. Com uma idade estimada em aproximadamente sete bilhões de anos, o cometa é mais antigo que o Sistema Solar e, portanto, oferece uma janela única para a história do cosmos.
Desde sua detecção, surgiram especulações infundadas sobre uma origem tecnológica alienígena, impulsionadas por dados reais, como a presença de níquel atômico. Tais teorias foram rapidamente desmentidas pela comunidade científica e pela NASA, que reafirmou a natureza natural do cometa.
Desmistificando o impacto e os dados
A missão SPHEREx da NASA, lançada em março, revelou a presença de dióxido de carbono na coma do cometa, que se estende por até 350 mil km. Telescópios também observaram uma anticauda, um fenômeno raro, apontando na direção do Sol. Recentemente, mais de 20 espaçonaves capturaram imagens do 3I/ATLAS, embora a divulgação dos dados tenha sido atrasada por questões administrativas, levando a novos boatos sobre uma suposta ocultação de informações por parte da NASA.
A teoria dos vulcões de gelo
Pesquisas recentes sugerem que o 3I/ATLAS pode ser coberto por “vulcões de gelo” ativos, que liberam gases e partículas, resultando em uma aceleração não gravitacional. Essa atividade é uma explicação plausível para o comportamento observado, embora haja debate sobre a verdadeira natureza do cometa, com algumas vozes sugerindo que poderia não ser um cometa no sentido tradicional.
Rumores e desmentidos
Após sua passagem pelo periélio em 29 de outubro, o 3I/ATLAS voltou a ser visível da Terra, o que gerou novos rumores sobre mudanças de cor e comportamento acelerado. Especialistas esclareceram que essas percepções devem-se a variações nos instrumentos e nas condições de observação, enquanto novas emissões de raios X foram detectadas, destacando ainda mais a singularidade do cometa.
Com a aproximação de Júpiter em março de 2026, o 3I/ATLAS poderá ter sua trajetória alterada, oferecendo novas oportunidades para observações e estudos. A jornada do cometa não apenas enriquece nosso conhecimento sobre corpos celestes, mas também exemplifica a necessidade de discernimento frente à desinformação que circula em tempos de descobertas científicas.



