Aumento nas apreensões de navios gera crise na PDVSA.
Intercepções dos EUA levam PDVSA a reduzir carregamentos de petróleo.
O carregamento de petróleo na Venezuela enfrenta uma queda acentuada, refletindo as recentes ações dos Estados Unidos contra navios que transportam petróleo do país. A estatal de energia PDVSA está se adaptando a essas circunstâncias desafiadoras, que incluem um ataque cibernético que prejudicou suas operações.
A pressão dos EUA sobre a Venezuela
A Guarda Costeira dos EUA intensificou suas operações, apreendendo um superpetroleiro sob sanções e tentando interceptar outros dois navios relacionados à Venezuela. Um dos navios interceptados estava vazio e sob sanções, enquanto outro, carregado, tinha destino à China. Essa situação representa um duro golpe para a PDVSA, que já enfrenta dificuldades desde a imposição de sanções por parte do Departamento do Tesouro dos EUA em 2020.
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um bloqueio aos petroleiros venezuelanos, aumentando a presença militar na região e executando mais de duas dúzias de ataques a embarcações. Esses esforços têm como objetivo pressionar o regime de Nicolás Maduro e, segundo fontes, resultaram em pelo menos 100 mortes.
Impacto nas operações da PDVSA
Com o aumento das interceptações, os carregamentos de petróleo da PDVSA diminuíram drasticamente. Até agora, a empresa havia entregue apenas uma carga de 1,9 milhão de barris ao navio Azure Voyager, no porto de José. Contudo, não há previsão de novos carregamentos para a Ásia, colocando milhões de barris de petróleo em espera nos navios-tanque, enquanto os clientes exigem condições mais favoráveis devido ao risco das viagens.
A PDVSA está tentando restaurar seus sistemas online após o ciberataque, mas muitos funcionários ainda não receberam seus salários em dia, o que agrava a crise interna da empresa.
Reações internacionais e a resposta da Chevron
O governo venezuelano classificou as ações dos EUA como “atos de pirataria”. Em resposta à pressão internacional, a Chevron, parceira da PDVSA, conseguiu exportar uma carga de 500.000 barris de petróleo venezuelano para os EUA com autorização do governo americano. Este mês, a Chevron já exportou sete cargas de petróleo, cada uma variando entre 300.000 e 500.000 barris.
Enquanto isso, os preços do petróleo Brent e WTI subiram em resposta ao clima de incerteza, refletindo as preocupações globais com interrupções no fornecimento. O futuro do petróleo Brent está cotado a US$ 61,78 por barril, enquanto o WTI é negociado a US$ 57,77.
A situação continua tensa, e as consequências das ações dos EUA sobre o carregamento de petróleo na Venezuela ainda estão se desenrolando.

