IPCA-15 em dezembro: inflação controlada, mas serviços preocupam

Análise dos principais fatores que impactam a inflação e os serviços em alta.

O IPCA-15 de dezembro mostra controle da inflação, mas preços de serviços estão em alta, trazendo preocupações.

O IPCA-15 de dezembro, um dos principais indicadores da inflação no Brasil, registrou uma alta de 0,25%, ligeiramente superior à taxa de 0,20% observada em novembro. Apesar do aumento, o índice permanece dentro da meta estabelecida pelo Banco Central, que busca manter a inflação em até 4,5% ao ano. Com um acumulado de 4,41% nos últimos 12 meses, o cenário parece favorável, mas há uma preocupação crescente em relação aos preços dos serviços.

O cenário inflacionário e os preços dos serviços

O alívio na inflação em dezembro pode ser atribuído a fatores como a queda significativa do dólar ao longo do ano, que se desvalorizou em cerca de 10%. Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destacou que essa desvalorização teve um impacto positivo na inflação geral. No entanto, os preços de serviços sensíveis à mão de obra mostraram um aumento, passando de 7,1% em novembro para 7,4% em dezembro, segundo Alberto Ramos, do Goldman Sachs.

Essa pressão nos preços de serviços é motivo de preocupação para economistas como Luciana Rabelo, do Itaú Unibanco, que observou um resultado geral abaixo das expectativas. Serviços como estética e alimentação fora de casa, além de bens industriais, apresentam aumentos que podem afetar o poder de compra da população e a dinâmica econômica do país.

Desagregação dos dados do IPCA-15

Uma análise mais detalhada dos componentes do IPCA-15 revela que quase 60% da alta da inflação em dezembro foi impulsionada pelo aumento nos preços do grupo de Transportes. As passagens aéreas, por exemplo, tiveram um aumento de 12,71%, representando o maior impacto individual no índice deste mês. Além disso, o transporte por aplicativo subiu 9%, enquanto os combustíveis experimentaram uma leve alta de 0,26%, com variações específicas nos preços do etanol e gasolina.

Por outro lado, o setor de Habitação apresentou aumentos moderados, com o aluguel residencial subindo 0,33% e taxas de água e esgoto em 0,66%. A energia elétrica, em contrapartida, teve uma leve queda de 0,22%, devido à implementação da bandeira tarifária amarela em dezembro.

O que esperar para o próximo ano

Com a deflação dos alimentos em 0,08% em dezembro, onde itens como tomate e leite tiveram quedas expressivas, o cenário é misto. Entretanto, as altas em carnes e frutas indicam que a volatilidade nos preços continua. Economistas alertam que, enquanto a inflação geral pode estar sob controle, a pressão nos serviços e no transporte pode exigir atenção redobrada em 2026. A desaceleração observada no IPCA-15 ao longo do ano reflete um comportamento que pode ser um indicativo de tendências futuras, especialmente se os preços dos serviços não forem contidos.

Fonte: www.infomoney.com.br

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