Estudo revela perdas significativas devido à mastite na pecuária.
Um estudo revela que a mastite pode custar mais de R$ 1.200 por vaca aos produtores de leite.
Impactos da Mastite na Pecuária Leiteira
A mastite representa um desafio significativo para os produtores de leite no Brasil, não apenas em termos de saúde animal, mas também em relação à sua rentabilidade. Um estudo recente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) destacou que as perdas diretas associadas à mastite podem ultrapassar R$ 1.200 por vaca, somando um total de R$ 25.535,21 em apenas 21 animais. A realidade é preocupante, pois esses números refletem custos com leite descartado, redução na produção e despesas com tratamentos.
Entendendo a Mastite
A mastite é uma inflamação da glândula mamária que geralmente resulta de infecções bacterianas. Fatores ambientais e práticas inadequadas de manejo também contribuem para a ocorrência da doença. Além de provocar uma queda no volume de leite produzido, a mastite altera a composição do leite e aumenta a contagem de células somáticas (CCS), impactando os pagamentos pela qualidade do leite. O gerente comercial de grandes animais da Syntec, Renato Coser, enfatiza a importância das práticas de ordenha na prevenção da mastite.
Fatores de Risco e Práticas de Prevenção
A maneira como a ordenha é realizada tem um impacto direto na saúde do úbere das vacas. Técnicas inadequadas, como coleta brusca e falta de higiene, podem causar microlesões, permitindo a entrada de patógenos. Além disso, ordenhar vacas doentes sem protocolos específicos aumenta a disseminação da mastite contagiosa.
Para mitigar esses riscos, algumas práticas de prevenção são fundamentais:
- Higienização correta dos tetos antes e após a ordenha;
- Uso de luvas descartáveis ou devidamente higienizadas;
- Manutenção periódica dos equipamentos;
- Criação de um ambiente limpo e seco para a ordenha;
- Estabelecimento de uma rotina estável que minimize o estresse dos animais;
- Ordenha de vacas saudáveis antes das doentes.
Essas medidas, quando implementadas sistematicamente, têm mostrado resultados positivos. Um levantamento da Embrapa Gado de Leite indicou que a adoção de boas práticas de manejo reduziu a CCS e, consequentemente, a prevalência de mastite.
O Caminho para a Sustentabilidade Econômica
Investir em higiene e treinamento das equipes não só protege a saúde das vacas, mas também garante leite de qualidade, melhor produtividade e sustentabilidade econômica. O estudo da Universidade Estadual de Londrina revela que a implementação rigorosa de práticas de higiene resultou em uma redução de 88,05% na contagem bacteriana total em 49 propriedades.
Os números são claros: a mastite pode ser dispendiosa, mas muitos dos prejuízos são evitáveis. A adoção de rotinas simples, associadas a um bom monitoramento e tratamento, pode transformar a prevenção em um retorno econômico direto para os produtores de leite.
Por fim, para os produtores de leite, o foco deve ser em práticas de manejo que não apenas previnam a mastite, mas que também assegurem a saúde do rebanho e a rentabilidade do negócio.



