Economista do Bank of America acredita que Copom pode reduzir juros em 2024

Bank of America mantém expectativa de corte na Selic em janeiro, apesar das incertezas econômicas.
A expectativa de corte na Selic para janeiro de 2024 foi reafirmada por David Beker, chefe de economia do Bank of America (BofA), em meio a um cenário econômico incerto. Em recente reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter os juros em 15% e não sinalizou um afrouxamento na próxima reunião. Isso não impede que cortes sejam realizados em janeiro, conforme a mudança das condições econômicas.
O comunicado do Copom, divulgado na noite de quarta-feira (10), enfatizou a necessidade de cautela diante de uma elevada incerteza. Apesar disso, Beker acredita que o Copom poderá iniciar a redução da taxa em 0,50 ponto percentual, terminando o ano em 11,25%, abaixo da mediana do mercado de 12%.
O comunicado foi interpretado como um “banho de água fria” por alguns analistas, que esperavam uma abordagem mais otimista. O Copom reafirmou que os juros altos devem ser mantidos por um período prolongado para assegurar que a inflação converja para a meta. Beker também observou que a inflação de serviços e a desancoragem das expectativas permanecem como riscos significativos.
Ele sugeriu que o Copom poderia reconhecer uma melhora no cenário econômico e, assim, proceder com o corte em janeiro. Contudo, a falta de suavização na linguagem do comunicado aumentou a incerteza sobre essa possibilidade. Beker salientou que o Banco Central deve manter uma postura “hawkish” para maximizar os efeitos da política monetária restritiva.
Além disso, a troca de diretores no Banco Central, que terminará em 31 de dezembro, pode influenciar a condução da política monetária. O mercado teme que essa mudança possa afetar a credibilidade da autoridade monetária, dependendo de quem for indicado para o cargo. Beker acredita que os novos diretores não devem interferir nas políticas monetárias já em andamento.
Com base nas condições econômicas atuais, Beker argumenta que o corte da Selic é viável e necessário, mesmo que a taxa permaneça acima da neutralidade após a redução. Ele também enfatiza que se o Banco Central indicasse um afrouxamento, o mercado já precificaria essa mudança, diminuindo o impacto da política monetária. Assim, a consistência entre as políticas fiscal, creditícia e monetária será fundamental para a efetividade da futura redução da taxa de juros.
Fonte: www.infomoney.com.br
Fonte: Adriano Machado
