Descoberta desafia teorias sobre a formação de planetas próximos a estrelas
James Webb detecta sinais de atmosfera em TOI-561 b, um planeta rochoso ultraquente a 280 anos-luz da Terra.
Atmosfera em planeta ultraquente: a descoberta do James Webb
Uma equipe internacional de astrônomos anunciou recentemente a descoberta de sinais de uma atmosfera em TOI-561 b, um planeta rochoso ultraquente localizado a cerca de 280 anos-luz da Terra. O Telescópio Espacial James Webb (JWST) foi fundamental para essa investigação, realizando observações intensivas em maio de 2024. Essa descoberta pode redefinir a compreensão sobre a formação e a evolução de exoplanetas, especialmente aqueles que orbitam muito perto de suas estrelas.
Detalhes sobre TOI-561 b
TOI-561 b é uma super-Terra que completa uma órbita ao redor de sua estrela em menos de 11 horas, estando a uma distância muito menor que a de Mercúrio em relação ao Sol. De acordo com as medições do JWST, a temperatura na face diurna do planeta foi medida em aproximadamente 1.700°C, um valor consideravelmente inferior ao que se esperaria em um planeta sem atmosfera, que seria em torno de 2.700°C. Essa discrepância sugere fortemente a presença de uma atmosfera, que pode atuar como um isolante, reduzindo a temperatura extrema.
Implicações das descobertas
Os pesquisadores propuseram que a atmosfera de TOI-561 b pode ser densa e rica em substâncias voláteis, com ventos capazes de redistribuir calor entre os lados diurno e noturno do planeta. O estudo, que se baseou em 37 horas de observação contínua, foi publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters. A descoberta representa um avanço significativo no entendimento de como esses planetas, que se encontram em condições de radiação extrema, podem manter atmosferas.
O que isso significa para a astrobiologia?
A possibilidade de que TOI-561 b possua uma atmosfera levanta questões fascinantes sobre a habitabilidade de exoplanetas em condições extremas. Os cientistas acreditam que este planeta pode ter se formado em um ambiente químico diferente do que observamos nos planetas do nosso próprio sistema solar. Esse novo entendimento pode abrir portas para a pesquisa de outras super-Terras e suas atmosferas, ampliando o campo da astrobiologia.
Metodologia das observações
Para detectar a atmosfera, a equipe utilizou o Espectrógrafo de Infravermelho Próximo (NIRSpec) do JWST, medindo diretamente o brilho infravermelho da face do planeta. As observações foram projetadas para capturar eventos conhecidos como “eclipses secundários”, quando o planeta passa atrás de sua estrela, permitindo que os cientistas isolem sua emissão e determinem a temperatura.
Conclusão
A pesquisa sobre TOI-561 b não apenas desafia teorias existentes, mas também fornece um modelo para entender a dinâmica atmosférica em mundos rochosos próximos a suas estrelas. Essa nova abordagem pode iluminar como planetas em condições extremas interagem entre suas superfícies e atmosferas, contribuindo para o conhecimento sobre a diversidade de mundos em nossa galáxia.
