Entenda como a neutralidade climática afetará o Brasil
O fim do La Niña trará um clima mais imprevisível em 2026, afetando padrões de chuva e temperatura no Brasil.
O final do fenômeno La Niña traz consigo implicações significativas para o clima no Brasil em 2026. Com a transição para um cenário de neutralidade climática, as previsões meteorológicas indicam que o próximo ano será marcado por uma imprevisibilidade acentuada, o que pode afetar diretamente as condições climáticas em diversas regiões do país.
A transição do La Niña para a neutralidade climática
Os dados mais recentes apontam que 2026 começará sob a influência residual do La Niña, mas essa influência deve enfraquecer rapidamente nos primeiros meses do ano. Especialistas, como a meteorologista Andrea Ramos, afirmam que as condições neutras do ENSO (El Niño-Oscilação Sul) se estabelecerão ainda no primeiro trimestre, o que significa que os padrões climáticos globais se tornarão menos dominantes.
Essa transição significará que sistemas climáticos regionais ganharão maior relevância na definição do tempo, resultando em um aumento da variabilidade ao longo do ano. Os modelos climáticos sugerem que enquanto o La Niña ainda estiver presente, haverá uma tendência de mais chuvas no Norte e em partes do Nordeste, enquanto o Sul do Brasil pode enfrentar um cenário de seca.
O impacto das condições neutras
À medida que o La Niña perde força, a imprevisibilidade climática tende a aumentar. A Organização Meteorológica Mundial estima que há cerca de 55% de chance de o fenômeno ainda influenciar o clima global entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026. Isso ocorre porque, nos anos neutros, a atuação de frentes frias e massas de ar se torna mais proeminente, dificultando a identificação de tendências climáticas de longo prazo.
As flutuações de temperatura, umidade e pressão atmosférica podem resultar em mudanças climáticas abruptas, tornando o trabalho de previsão cada vez mais desafiador. Mesmo que a meteorologia tenha avançado consideravelmente, prever o clima a longo prazo continua sendo uma tarefa complexa.
O papel dos oceanos e eventos extremos
Além do Pacífico, a temperatura do Atlântico também é um fator crucial na configuração do clima brasileiro e pode influenciar as condições meteorológicas mais do que um fenômeno de fraca intensidade, como um El Niño ou La Niña. As últimas análises sugerem a possibilidade de aquecimento do Pacífico e um eventual El Niño na segunda metade de 2026, embora essa probabilidade ainda seja considerada baixa, abaixo de 50%.
Para o verão de 2025/2026, as previsões indicam períodos de seca em algumas regiões, já que as frentes frias terão dificuldade em avançar pelo interior do Brasil. Isso pode resultar na redução das chuvas organizadas, como as que ocorrem pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).
Eventos astronômicos e clima
Além das incertezas climáticas, 2026 também será um ano repleto de eventos astronômicos notáveis, como eclipses solares e lunares que prometem atrair a atenção de muitos. Entre eles, destacam-se:
- 17 de fevereiro: eclipse solar anular, não visível no Brasil;
- 3 de março: eclipse lunar total, visível parcialmente no país;
- 12 de agosto: eclipse solar total, com visualização parcial no Brasil;
- 27 e 28 de agosto: eclipse lunar parcial, também visível parcialmente no território brasileiro.
Diante de todas essas variáveis, a expectativa é de um 2026 repleto de desafios climáticos, exigindo monitoramento constante e atenção especial a eventos extremos de curta duração. O clima no Brasil, portanto, promete ser um tema de destaque, tanto em termos de previsões meteorológicas quanto de impactos diretos na vida cotidiana da população.



