Plano do governo para recuperar caatinga até 2045

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Iniciativa visa restaurar 10 milhões de hectares do bioma

Governo federal lança plano para recuperar 10 milhões de hectares da caatinga até 2045, visando combater a desertificação.

A desertificação e a seca são desafios cada vez mais presentes no Brasil, especialmente nas regiões mais vulneráveis, como a caatinga. Este bioma, que é exclusivo do Brasil, desempenha um papel vital na absorção de carbono e na recarga de aquíferos, mas enfrenta sérias ameaças que compromete sua capacidade produtiva. Para enfrentar essa realidade, o governo federal lançou, em 16 de dezembro de 2025, o Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAB-Brasil).

O que é o PAB-Brasil?

O PAB-Brasil é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) que visa restaurar 10 milhões de hectares de áreas degradadas na caatinga até 2045. Este plano é uma resposta abrangente aos problemas da desertificação, que, conforme dados da ONU, afeta regiões áridas e semiáridas, colocando em risco até 75% da população mundial nas próximas décadas.

Principais ações do plano

O PAB-Brasil reúne um total de 175 iniciativas voltadas para a recuperação de terras degradadas em todos os biomas brasileiros. Entre as ações destacadas, estão a criação de um Sistema de Alerta Precoce de Desertificação e Seca, apoio financeiro para planos estaduais, a criação de unidades de conservação e a recuperação da vegetação nativa. Essas medidas visam não apenas restaurar a paisagem, mas também promover a produção sustentável de alimentos e a geração de trabalho e renda.

Além disso, o plano incorpora a participação de povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares, reconhecendo sua importância na conservação da caatinga. Essa inclusão é fundamental para garantir uma abordagem mais holística e eficaz na preservação desse bioma.

Contexto da desertificação no Brasil

Dados da Sudene revelam que 18% do território brasileiro está ameaçado pela desertificação, afetando cerca de 39 milhões de pessoas, predominantemente no Nordeste. Este fenômeno não é exclusivo da caatinga; o Cerrado e a Mata Atlântica também enfrentam riscos significativos. O recente relatório do PAB-Brasil indicou, pela primeira vez, áreas do Pantanal suscetíveis à desertificação, ampliando a preocupação sobre os impactos climáticos em diversas regiões do país.

A desertificação, resultante do uso inadequado do solo e intensificação das secas, não é apenas um problema ambiental, mas também social e econômico. Portanto, a implementação efetiva das iniciativas do PAB-Brasil será crucial para assegurar um futuro sustentável, não só para a caatinga, mas para todo o Brasil.

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